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Fazenda avaliada em R$ 7 milhões está entre bens sequestrados de facção em MT

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Redação Só Notícias (fotos: assessoria)

Uma fazenda avaliada em R$ 7 milhões está entre os imóveis apreendidos pela Polícia Judiciária Civil, na operação Red Money, que desarticulou o núcleo financeiro da principal facção criminosa que atua no Estado. O imóvel rural localizado no município de Salto do Céu (371 km de Cuiabá), compreende lotes de terras de duas áreas com 312 e 169 hectares.

A operação, realizada no último dia 8, contra membros do alto escalão da organização, presos na Penitenciária Central do Estado (PCE), e seus colaboradores, cumpriu 84 mandados de prisão e prendeu 17 pessoas em flagrante, totalizando 101 presos na ação que teve 94 mandados de prisão, 58 buscas e apreensão e 80 ordens de bloqueio de contas correntes, além de sequestro de veículos, joias, valores e imóveis urbanos e rurais.

Na lista de apreensões estão ainda 58 veículos, entre caminhões, automóveis, caminhonetes e motocicletas, avaliados em R$ 1,8 milhão, joias, duas casas e um terreno localizados em Cuiabá. Os valores bloqueados em contas correntes ainda não foram informados pelo Banco Central.

As ordens foram deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal – Vara Especializada do Crime Organizado.

“Uma linha de atuação firme, que trabalhamos não só a prisão, mas também no sentido de tirar o dinheiro da facção”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, por meio da assessoria.

A investigação foi focada em desestruturar base financeira da organização criminosa, retirando das mãos das lideranças capitais oriundos de atividades criminosas, principalmente, advindo do tráfico de drogas, roubos e furtos de veículos e estelionatos diversos.

Os analistas da Polícia Civil identificaram, que além de crimes para captar recursos, a organização mantinha três fontes principais de recursos sendo mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”, cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”, e cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).

O sistema de arrecadação financeira da facção assume formato de pirâmide. No topo está o núcleo de liderança e na base dezenas de contas bancárias, com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro e, gradativamente, o repasse às contas maiores.

Segundo a investigação, a facção arrecada por mês cerca de R$ 170 mil e mais de 1,2 milhão, por ano, com as mensalidades pagas pelos faccionados, fora outras fontes de sustentabilidade.

No período de um ano e meio (01/06/2016 a 18/01/2018), entre entradas e saídas de 44 contas investigadas na operação, foram identificados movimentação de aproximadamente R$ 52 milhões.

De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco, o levantamento do patrimônio e a vinculação dos envolvidos foram resultados de mais de 1 ano e 6 meses de investigações coordenadas pela Diretoria de Inteligência juntamente com a Gerência de Combate ao Crime Organizado, e importante trabalho do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro (Lab-DV), na análise técnica do financeiro da organização.

Vasco lembrou ainda que a descentralização da inteligência da Polícia Civil, por meio da instalação dos Núcleos de Inteligências nas Delegacias Regionais e em unidades especializadas, assim como o fortalecimento dos Núcleos de Estatística e Análise Criminal (NEAC), permitiram que várias operações fossem realizadas pela instituição, no interior e na capital, resultando em 753 prisões de criminosos faccionados, no período de quase dois anos.

“Os nossos núcleos de inteligência estão fazendo um grande trabalho, prova disso são as diversas operações realizadas, muitas com números expressivos de 30, 40, 50 presos, todos de facção. A resposta que vem sendo dada é dura e acreditamos que até o final do ano, a Polícia Civil realizará outras grandes ações para combater as organizações”, garantiu o delegado geral.

(Atualizada às 17h49)

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