Cerca de cem pessoas fecharam, esta manhã, as MTs 174 e 170, ambas em Juína (455 quilômetros de Sinop). Os manifestantes cobram a prisão dos indígenas acusados de matar os vendedores de roupas Genesis Moreira dos Santos Júnior, 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, 25, no mês passado.
Segundo informou, ao Só Notícias, uma pessoa ligada à família das vítimas, a interdição de tráfego permanecerá até que o juiz federal responsável pelo caso assine o mandado de busca e apreensão dos suspeitos. De acordo com os manifestantes, apenas ambulâncias poderão passar pelo bloqueio, que seguirá por tempo indeterminado.
Os corpos de Genesis e Marciano foram encontrados dentro da aldeia indígena Enawenê Nawe. Segundo a assessoria da Polícia Federal, o delegado responsável pelo caso, Hércules Ferreira Sodré, encaminhou um pedido de prisão preventiva de três índios da etnia, suspeitos de envolvimento no duplo homicídio. Durante as investigações, Sodré apontou a existência de elementos suficientes para sustentar a decretação da prisão dos acusados.
Conforme Só Notícias já informou, um foi morto a pauladas e o outro, a tiros. Os dois vendedores de roupas ficaram desaparecidos por três dias, após passarem por bloqueio de cobrança de pedágio que os índios faziam na BR-174, próximo a Juína. A suspeita é que tenha havido um desentendimento entre os índios e os dois, que acabaram sumindo. Esta hipótese não foi confirmada pela polícia, que investiga o crime em segredo de justiça.
Indígenas da etnia Enawenê-nawê bloqueiam constantemente trechos da BR-174 cobrando pedágio dos motoristas que passam pelo local e não têm outra escolha a não ser pagar o valor exigido. Eles querem que o governo faça a manutenção da estrada que dá acesso a aldeia.
Há alguns meses, houve outro conflito entre usuários da rodovia e índios. Na ocasião, um caminhoneiro levou uma flechada e um índio foi baleado.