PUBLICIDADE

Família que viveu horrores da guerra no Líbano chega a Mato Grosso

PUBLICIDADE

A família Hikmat Mahfouz não esperou o Governo brasileiro e conseguiu deixar por conta própria a zona de guerra no Líbano, atacada pelas forças do Exército de Israel, no Oriente Médio. Fátima Mahfouz desembarcou nesta segunda-feira no Aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá. Ela e os três filhos estavam há 10 anos no país de origem. “Os bombardeios estão em todos os cantos do Líbano. Norte, sul, leste, oeste. Não tem um canto em paz”, disse Fátima, ao ser recepcionada em Cuiabá, ao lado dos filhos Nádia, Chadi e Samar.

Fátima contou que os dias antes da volta ao Brasil foram muito difíceis. Ela morava em Beirute, próximo ao aeroporto atacado por Israel com bombardeios aéreos. Com as bombas caindo, Fátima decidiu sair às pressas da zona de guerra, juntamente com os filhos, usando apenas a roupa do corpo. “Tudo que a gente deixou lá, bens materiais, você não se importa tanto, como os parentes e o resto da família que ficou por lá” – frisou, demonstrando alívio com a chegada, mas tristeza com o destino do seu país.

Da zona atacada, a família Mahfouz seguiu para a cidade de Stura, no Vale do Bekaa, onde também residem parentes. A região, no entanto, também foi atacada. Crítica do estado de guerra, a morte de inocentes nos ataques deixou-a ainda mais preocupada. Fátima decidiu deixar Stura e foram para Karoun. Na cidade, contudo, o medo persistia. Os próprios israelenses, através de panfletos lançado de aviões, pediam que a população civil deixasse a área, suspeita de abrigar milicianos palestinos do Hezbolah.

Fátima usou a rota de fuga: foi para a fronteira com a Síria, onde está sendo criada uma espécie de corredor humanitário. Dali para Damasco e tomaram avião para o Brasil. Em Cuiabá reside há um ano o esposo Hikmat Mahfouz, que os aguardava ansioso. Empresário, Hikmat não quer mais retornar ao Líbano – com o que os filhos discordam. Contudo, esse assunto será discutido posteriormente.

Nesta segunda-feira, um avião da FAB deixou Adana na Turquia com 80 brasileiros. Até sexta-feira, outros dois vôos, de companhias privadas, devem trazer mais 450 passageiros ao Brasil. Até agora, o Itamaraty comemorou a saída de 309 brasileiros que estavam isolados no vale do Bekaa, entre as quais a família Mahfouz. A retirada, segundo o governo, ocorreu graças a uma delicada negociação com Israel. Uma trégua nos ataques permitiu a passagem do comboio de seis ônibus levados, com sucesso, para Damasco, na Síria.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE