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Ex-policial militar Célio Alves vai a júri popular pela morte de agricultores em Rondonópolis

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O ex-soldado da Polícia Militar, Célio Alves de Souza será julgado na próxima segunda-feira, em Rondonópolis (214 quilômetros de Cuiabá), pela coautoria nos assassinatos dos agricultores Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, ‘Irmãos Araújo’. O primeiro crime ocorreu no dia 10 de agosto de 1999, onde Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules Araújo Agostinho (Cabo Hércules), e executado a tiros de pistola em pleno centro de Rondonópolis. O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, quando José Carlos foi executado, também a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento da agência central do Banco Bradesco, no centro de Rondonópolis. Em ambos os casos Célio Alves ajudou o pistoleiro Hércules Agostinho. O julgamento está marcado para às 8h30, no Tribunal do júri.

De acordo com as provas produzidas nos autos, os assassinatos dos Irmãos Araújo foram motivados pela disputa judicial de uma fazenda de 2.175 hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho, que fica a 70 km quilômetros de Rondonópolis, em direção a Campo Grande (MS).

 O pistoleiro confesso, e já condenado, Hércules de Araújo Agostinho, apontou como mandantes dos crimes os proprietários de uma agropecuária. Uma das provas que incriminam diretamente os mandantes foi a transferência de um veículo Gol, de propriedade da empresa para o ex-soldado Célio Alves, dado como forma de pagamento pelas mortes, sendo que o pistoleiro Hércules ainda reconheceu o escritório da empresa como o local onde foram pegar a documentação do veículo.

Os crimes começaram a ser desvendados em setembro de 2003 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), quando Hércules, que estava preso para responder pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, confessouƒ espontaneamente a participação no assassinato dos irmãos Araújo. 

Ele não só assumiu os assassinatos, como participou da reconstituição dos crimes, apontou como coexecutores o ex-soldado Célio Alves, o ex-sargento José Jesus de Freitas (morto pelos acusados Hércules e Célio), o capitão da PM Marcos Divino e a família de empresários como mandantes dos crimes.

No dia 25 de outubro de 2003 foi realizada a reconstituição dos dois crimes ocorridos em Rondonópolis, o laudo da reconstituição foi concluído no sentido de que “Não houve divergência em pontos cruciais para elucidação do caso”, possuindo 136 fotos que ilustram a dinâmica adotada pelo ex-cabo Hércules Agostinho para executar os dois irmãos.

O laudo diz ainda que há compatibilidade entre as informações dadas pelo ex-cabo em seus depoimentos e a reconstituição dos crimes. Da mesma forma, os ferimentos encontrados em ambas as vítimas são compatíveis com a arma usada por Hércules, uma pistola de 9mm.

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