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Ex-policiais são julgados agora por matar empresário a mando de Arcanjo

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Começou, agora há pouco,  o júri popular dos ex-policiais militares Hercules Agostinho Araújo e Celio Alves,  acusados de matar, a mando do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, o empresário Mauro Sergio Manhoso. Ambos chegaram algemados e sob forte escolta no plenário do fórum em Cuiabá. O atraso de aproximadamente uma hora para que os advogados pudessem conversar com seus clientes.

O ex-cabo Hercules foi o primeiro a depor. Com aparência abatida, ele voltou a negar ter cometido o crime, contrariando um primeiro depoimento quando confessou ter pilotado a moto levando Celio até o local do crime, próximo a empresa de Manhoso. Ele voltou a afirmar que só confessou o crime por sofrer “pressão de promotores”, que teriam supostamente prometido benefícios a ele e que a intenção era conseguir provas contra Arcanjo. 

O crime ocorreu no ano de 2000. Segundo denúncia do Ministério Público, Manhoso foi morto porque conseguiu autorização para trabalhar com um jogo de “raspadinha”, ameaçando as atividades de Arcanjo, que comandava o jogo do bicho no Estado.

Os advogados dos ex-policiais acusados de serem pistoleiros defenderão a tese negativa da autoria. Jorge Henrique Godoy, que defende o ex-cabo Hercules, aposta no depoimento de uma testemunha, que afirma ter visto os autores do crime em uma moto, ambos morenos. “O Hercules tem pele branca, logo não podia ser ele um dos autores”, diz

Porém, Godoy admite que já entra perdendo, pois Hercules chegou a prestar um depoimento confessando a autoria e incriminando Celio. Ele narrou detalhes e disse que pilotava a moto, tendo como carona Celio, que efetuou os disparos contra Manhoso. “Ele foi induzido a confessar porque recebeu promessas de benefícios do Ministério Publico. Mas depois foi avisado que não teria nenhum benefício”. Em um segundo depoimento, Hercules negou todas as declarações.

O promotor de Justiça João Gadelha diz estar confiante na condenação dos acusados, tendo em vista os antecedentes dos mesmos que ficaram conhecidos como pistoleiros de Arncajo e já cumprem pena por outros crimes. “Nestes tipos de crimes, onde há pistolagem, é dificil conseguir testemunhas oculares, pois as pessoas temem ser as próximas vítimas. Mas tendo em vista os antecedentes dos mesmos e o depoimento prestado por Hercules de início, acreditamos que serão condenados”.

O júri é presidido pela juíza Monica Catarina Perri e deve seguir até à noite.

(Atualizada às 10:38h)

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