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Ex-coordenadora depõe e pode comprometer secretário e deputado estadual

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Em depoimento prestado nesta quarta-feira à Polícia Civil, Magda Curvo Muniz, 59, apontada como mentora de esquema que desviou mais de R$ 13 milhões da Conta Única do Estado, comprometeu o secretário de Fazenda, Edmilson José dos Santos, e citou também o deputado estadual Gilmar Fabris. Enquanto que o parlamentar teria pedido a liberação do pagamento de uma carta de crédito de R$ 1,7 milhão, o secretário teria assinado algumas autorizações “absurdas” de pagamento.

Ela explicou que o sistema BBPAG era usado para pagamentos de urgência, que não poderiam ser feitos utilizando a ferramenta Fiplan e contou de onde partiam as ordens. “Tanto pagamentos a empresas quanto os de urgência eram feitos por ordem e determinação do gabinete do secretário, de onde as autorizações já vinham assinadas”. Grande parte das autorizações era assinada pela secretária-adjunta do Tesouro Estadual, Avaneth Almeida das Neves.

Depois de mais de 20 dias foragida, a ex-coordenadora da Conta Única se apresentou e foi ouvida por mais de 7 horas, pelos delegados Cleibe Aparecida de Paula e Rogério Modelli. Magda negou ter conhecimento da fraude e disse que não conferia as relações apresentadas pelo servidor terceirizado Edson Rodrigo Ferreira Gomes por “excesso de confiança”, sendo ele então o operador do esquema.

Um dos advogados da servidora, Roger Fernandes, que acompanhou o depoimento, destacou que Magda irá acionar Edson judicialmente. “Ela, com certeza, irá tomar medidas na Justiça”. Sobre o patrimônio da servidora, que disse em depoimento ter renda de R$ 4 mil, mas possui duas casas avaliadas em R$ 1 milhão cada, o outro advogado, Vladmir Torres explicou que são fruto de rendas e declaradas junto aos órgãos fiscalizadores.

A servidora não convenceu a delegada encarregada do caso. Cleibe reafirmou que os indícios apontam para o fato de que ela seria a mentora do esquema. Como prova, cita a mudança brusca no padrão de vida da servidora em 5 anos, época em que os desvios teriam sido iniciados. Além do inquérito que apura os desvios e que ainda deverá ouvir pelo menos mais 15 pessoas, Magda deverá ser investigada por enriquecimento ilícito.

Em alguns trechos da oitiva, Magda tentava passar a imagem de que não sabia que sob sua coordenação, mais de R$ 13 milhões eram desviados dos cofres públicos. Ela não teria sequer percebido que ao longo dos anos teria assinado ordens de pagamento para os “laranjas”, sob a justificativa de que teriam trabalhado no concurso público da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). No entanto, confirmou que ao invés de pedir para que Joanice Batista do Espírito Santo Ferreira, servidora da instituição de ensino, verificasse as pendências, solicitou uma lista com os nomes cuja autorização não existia.

Após o depoimento, a ex-coordenadora da Conta Única foi encaminhada para a Polinter e de lá seria colocada à disposição do sistema prisional. Permanece aberto contra ela mandado de prisão provisória. Ainda na noite da quarta-feira, os advogados tentariam, na Justiça, revogar a prisão.

Vínculo – Magda confirmou conhecer a família de Edson há pelo menos 26 anos. Ela teria, inclusive, empregado o servidor terceirizado na Conta Única, a pedido de Albina Ferreira Gomes, ex-servidora, com quem mantinha vínculo desde 1986. A mãe de Edson teria trabalhado na chefia de um setor similar ao da Conta Única do Estado. Magda chegou até a batizar o filho mais velho de Edson com Thaís Gonçalves Mariano, sua esposa.

Cartas de crédito – Assim que começaram a surgir os primeiros indícios de fraude no setor, Magda teria se reunido com Edson, Albina, Thaís e Vicente Ferreira Gomes, marido de Albina. Neste encontro ela teria recebido uma pasta de documentos de autorização. Edson teria dito que usaria os documentos para frear as investigações. Uma das autorizações, de R$ 1,7 milhão, teria sido paga após assinatura do titular da Sefaz, a pedido do deputado Gilmar Fabris (PSD). Magda era cobrada pela secretária de Edmilson, que dizia precisa posicionar Fabris sobre o pagamento.

Outro lado – A assessoria do deputado Gilmar Fabris afirmou que só se pronunciaria nesta quinta-feira (24). O secretário de Fazenda disse que confia no trabalho dos delegados e que as investigações, ao final, demonstrarão quem fala a verdade.

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