O jornalista e doutor em Ciências Políticas Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil, confirmou presença na abertura da “Reunião Ampliada” da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo de Mato Grosso (Coetrae-MT) que acontecerá amanhã e sexta-feira (10). O evento será realizado no plenário da Fiemt, em Cuiabá.
Com base em uma análise de conjuntura inicial, a reunião irá pautar as ações pela erradicação do trabalho escravo, qualificação profissional das vítimas, repressão e penalização dos reincidentes na lista suja e, ao final, será feita uma avaliação do Plano Estadual de Erradicação de Trabalho Escravo.
A ONG Repórter Brasil mantém um site de informações sobre esta prática que ainda persiste, não só em Mato Grosso, mas em várias partes do mundo. É referência deste assunto. Durante a campanha eleitoral, promoveu a campanha da carta-compromisso pela erradicação do trabalho escravo. A presidente eleita, Dilma Roussef (PT) assinou a carta. O governador eleito por Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), ainda não assinou.
No Brasil, Mato Grosso divide com o Pará a liderança em número de braçais encontrados nesta situação de trabalho escravo. O último balanço da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostrou que de 1995 a 2009 foram libertado 5.573 no Estado. Isso é mais do que uma cidade inteira do porte de Cocalinho, por exemplo, na região do Araguaia, e Nortelândia, no Médio Norte. O terceiro colocado nesse ranking é Goiás, que fica bem abaixo, com 2.735 libertações. Nesse período, 38.052 brasileiros viveram na pele o drama do trabalho escravo.