O médico oncologista e responsável pelo Centro de Oncologia do Hospital Santo Antônio, Airton Rossini, disse ao Só Notícias, que o diagnóstico precoce aumenta às chances de cura do câncer de mama em 95% caso seja diagnosticado precocemente. Ele explicou ainda o preconceito do autoexame tem extinguido nos últimos anos. Rossini apontou que o desafio está na falta de aparelhamento e realização de exames clínicos nas unidades de saúde das cidade mais longínquas no Estado.
“Quanto mais precoce for identificado maior será a possibilidade de cura. Quando conseguimos identificar lesões de até um centímetro a chance de cura passa dos 95 %. Isso é extremamente importante que ocorra. Por isso, os exames devem serem feitos rotineiramente. As vezes se confunde prevenção com exames de rastreamento precoce. Dentro deste contesto existe o autoexame. A mulher precisa fazer o autoexame das mamas e exame clínico com médico de confiança”.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o percentual de mulheres que identificou a doença por meio da mamografia ou de outro exame de imagem foi de 30,1%, enquanto em apenas 3,7% dos casos a suspeita inicial foi de um profissional de saúde. Ou seja, em dois terços do total, a própria mulher percebeu alterações na mama como possível sinal de um câncer de mama.
“Nós ainda temos nos lugares mais distantes mulheres que não procuram realmente o médico por vergonha e não querem mostrar o problema, na mama para o médico. Porém, todos os anos, com a massificação das campanhas, isso tem caído gradativamente. Além disso, existe a falta do mamógrafo [aparelho que faz o exame nas mamas] nas cidades mais longínquas e no interior do estado. Precisamos brigar muito nestas campanhas para conseguir atingir sempre um número maior de mulheres. A questão do preconceito tem caído ao longo do tempo. As campanhas têm sido bem explicativas”, explicou Rossini, ao Só Notícias.
Em Sinop, algumas pacientes participam de projetos da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Sinop (Refeccs). A associação é sem fins lucrativos é promove através de doações apoio social. Cerca de 20 voluntárias realizam a triagem e fazem análise dos documentos conforme a necessidade e auxiliam no tratamento. Nós nove primeiro meses deste ano, foram realizadas 63 consultas com a nutricionista, 72 atendimentos psicológicos, 10 com a psiquiatra 43 atendimentos em fisioterapia.
Uma das ações da Rede é a humanização dos atendimentos com leitura bíblica, palestras, apresentações musicais, leitura de histórias entre outras dinâmicas. As voluntárias realizam ainda visitas mensais domiciliares com o intuito de conhecer a real situação das pacientes para apoiá-las nas necessidades materiais, emocionais e no relacionamento familiar.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que ela seja feito o exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos, porém, no Sistema Único de Saúde (SUS) ela só é oferecida a partir dos 50.
Cerca de 1,4 mil pessoas participam da IV Caminhada Rosa da Refeccs, no último sábado (24). A caminhada marcou o início da campanha ‘Outubro Rosa’ e ‘Novembro Azul’, que tem por objetivo alertar a prevenção dos cânceres de mama e próstata.
