sábado, 4/maio/2024
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Escritora sinopense que ficou 5 meses na Itália por causa da pandemia lança livro

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Só Notícias/Kelvin Ramirez (foto: divulgação)

Com reviravoltas que nem só livros relatam, a vida da moradora de Sinop, Rosicler Beltrame Caleffi, de 53 anos, passou por um momento curioso em janeiro de 2020, quando decidiu partir para a simpática e pequena cidade de Mammola, na Província da Calábria, no Sul da Itália. Se a programação contava apenas com uma rápida passagem com o intuito de expandir conversas sobre negócios e conhecer a história de sua família naquela região, Rosicler encarou de frente o início da pandemia do novo coronavírus, que atingiu fortemente a Itália naquela época, deixando a escritora sinopense por cerca de cinco meses ali e terminando com um livro “Coronavírus na Itália: eu estava lá”, escrito em 778 páginas relatando de perto a maior crise sanitária do mundo.

Natural de Vitorino, no Paraná, Rosicler mora em Sinop há 8 anos, é casada há 20 anos e tem três filhos. Empresária, ela programou a viagem com a expectativa de conversar com fornecedores, além de conhecer a cidade, mas tudo mudou quando a até então desconhecida doença chegou. “Decidi ir à Itália pesquisar sobre os meus antepassados e também para fazer contatos profissionais com fornecedores, já que tenho uma empresa que importa da Alemanha e Itália”. Fui em janeiro para lá, logo a covid saiu de Wuhan (China) e veio para Itália e ninguém sabia do que se tratava”, contou ao Só Notícias.

Um dos planos da viagem, era escrever sobre o empreendedorismo, mas com a intensa devastação da doença pelo país, Rosicler ficou sem qualquer motivação para escrever sobre aquele tema. “Eu tinha ido para lá para escrever sobre mulheres empreendedoras. Mas perdi a esperança de escrever sobre porque o noticiário e toda mídia era sobre a covid. Foi um caos, era Exército carregando corpos, fechou cemitério e crematório. Não tinha mais onde enterrar gente. As pessoas ficavam com corpos em casa. A vigilância sanitária tinha que buscar. Eram drones para todo lado e para sair de casa precisava de autorização. Era para eu ficar 30 dias e eu fiquei cinco meses”, descreveu.

Com tudo fechado, a escritora revelou que não tinha parentes e ficou hospedada com a modelo Daiane Meneghel durante os cinco meses. “Eu fiquei sozinha na casa com uma brasileira, modelo em São Paulo”.  “A experiência ao mesmo tempo que foi terrível foi fascinante. O povo italiano é muito acolhedor. Eu contratei uma equipe de assessores para me ajudar lá, pois eu não falava a língua. Porém por causa da covid eles me deixaram na mão e nem no aeroporto foram me buscar”.

Com dificuldades para escrever sobre o tema que havia planejado, Rosicler foi aconselhada, pela irmã, a contar a experiência vivida em meio à crise. “Como eu não conseguia mais escrever sobre mulheres empreendedoras, eu pedi a Deus que me desse uma luz. Deus falou comigo através da minha irmã. Ela me pediu como estava a obra e eu falei que estava parada. Ela disse para mim acho que você está no lugar certo e no foco errado. Foi quando eu falei que não ia mudar o foco, porque o livro já estava com 100 páginas e eu nem sabia por onde começar”.

Rosicler conta que todos os seus compromissos acabaram sendo cancelados e, dali em diante, iniciou o projeto do livro com o novo tema. “Passou uns dias e eu sonhei, como deveria ser o livro, que devia conter fotos e como deveria ser a capa. E no final ele terminou com 778 páginas. No fim deu tudo certo. Acabou que eu não consegui fazer os contatos de trabalho que pretendia. Todas as fábricas fecharam, as reuniões de networking foram adiadas e depois cancelou por causa da covid. Não consegui fazer as visitas e nem conhecer os pontos turísticos da cidade. Não escrevi o livro que eu queria, mas no propósito de Deus escrevi um que já está fazendo sucesso”.

Depois de cinco meses na cidade italiana, Rosicler voltou ao Brasil em maio e terminou de escrever o livro ano passado. A obra que está publicada desde dezembro, no Brasil, deverá ser lançada em setembro na Itália a pedido do prefeito da cidade. “Primeiro eu preciso traduzir esse livro para o italiano. O prefeito quer fazer uma noite de autógrafo lá na prefeitura. Estou atrás de um tradutor. Vou voltar em setembro, ficarei uns 15 dias e irei levar meu esposo para conhecer aquele povo maravilhoso que me ajudou”, finalizou.

 

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