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Escrevente acusada de envolvimento na morte de juiz em MT sai da prisão

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A ex-escrevente Beatriz Árias Paniáguas está em liberdade. Ela saiu da Penitenciária Feminina Ana Maria Couto May na quinta-feira (15), após ser absolvida do processo que respondia por associação ao tráfico de drogas. A decisão é da juíza da 9ª Vara Criminal de Cuiabá, Maria Cristina de Oliveira Simões, que expediu o alvará de soltura. A direção da penitenciária confirmou a liberdade.

Beatriz, que foi condenada a 12 anos de reclusão pela morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, voltou à prisão no dia 4 de dezembro de 2007, acusada de participar de uma quadrilha que agia dentro da 2ª Vara de Execuções Penais de Cuiabá.

Durante as investigações das fraudes dentro do Fórum, foram levantadas informações do possível envolvimento da ex-escrevente com o tráfico de drogas. Ela foi indiciada e denunciada por formação de quadrilha, corrupção ativa e tráfico de entorpecentes.

A prisão no processo que investigava as fraudes na 2ª Vara já tinha sido revogada e Beatriz era mantida atrás das grades apenas pela acusação de tráfico, segundo afirmou o advogado José Marcílio Donegá.

Tráfico de drogas – No dia 12 de dezembro de 2007, Beatriz teve a prisão preventiva decretada por associação ao tráfico de drogas. Junto com ela, passaram a responder pelo mesmo crime outras 5 pessoas. Na sentença, a juíza só condenou 3 deles: Josiliano da Silva, o “Zé Leandro”, Édson José da Silva, o “Magrão”, e Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, o “Dandão”. Todos pegaram 3 anos de reclusão.

Na denúncia do Ministério Público Estadual, foi apontada a existência de uma importante ligação da ex-escrevente com os traficantes. Ela se passava por tia de Wilber Martins Rodrigues, tido como o principal fornecedor de drogas. As drogas eram previamente adquiridas por uma pessoa conhecida como José Charlie e Wilber, na região de Porto Esperidião, quinzenalmente. Édson e Joseliano faziam o transporte da substância, em caminhão boiadeiro, para Cuiabá, se alternando nas viagens. Levavam para um sítio em Cáceres, de propriedade do Wilber, que funcionava como esconderijo e ponto de apoio. Acondicionavam parte da droga, e traziam à Capital onde possuíam outro ponto de apoio, em local que denominavam “barracão”, região do Coxipó. Depois de estocado, Wilber contatava os clientes por telefone, dentre eles o “Dandão”, e outros residentes nos Estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia.

De acordo com o MP, o envolvimento de Beatriz era comprovado principalmente por ela ter ido até Alto Araguaia buscar 2 veículos do traficante, na primeira vez que ele foi preso. Em um deles, estariam escondidos R$ 20 mil, resultado da venda de drogas, para custear honorários advocatícios.

Na casa dela, entre os documentos apreendidos na operação “Artemis”, estava a identidade de Wilber. Além disso, foi encontrada uma pasta contendo 26 folhas referentes a vida e aos bens do traficante.

A decisão – A juíza Maria Cristina Simões afirma que pelas interceptações feitas pela polícia ficou constatado que Beatriz “abrigou em sua residência pessoas foragidas da justiça do Estado de Minas Gerais”. Constatou-se ainda que ela mantinha estreito relacionamento com Wilber, de quem era espécie de despachante, que diligenciava documentos referentes a processos do mesmo, fazendo isso também em relação a outros detentos.

“Ficou claro que conseguia com detento fabricação de documentos para instruírem processos de execução penal, de clientes seus. No entanto, no que se refere a envolvimento seu com tráfico de entorpecentes, não vislumbrei nos autos qualquer prova, o que me leva a, com fundamento no artigo 386, IV, absolvê-la da imputação criminosa feita contra si neste processo”.

Diante disso, a juíza determinou a imediata expedição do alvará de soltura.

Outra acusação – Beatriz Árias ainda responde a um processo na 15ª Vara Especializada Contra o Crime Organizado por formação de quadrilha e corrupção ativa, resultado da operação “Artemis”, que revelou esquema dentro da 2ª Vara Criminal de Cuiabá. Ela é acusada de servir como elo para agilizar o andamento de processos e os presos tinham que pagar propinas para conseguirem alguma decisão.

História – Beatriz só tem uma condenação até hoje, a de 12 anos de prisão pela co-autoria na morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, ocorrida em 1999. Em novembro de 2007 ela chegou a ser beneficiada com o livramento condicional e não teria nem mesmo que dormir na prisão. Mas antes do benefício ser realmente concedido, ela acabou presa, no dia 4 de dezembro na operação “Artemis”. Em março de 2008, a juíza Nilza Maria Pôssas, da 14ª Vara Criminal de CUiabá, determinou a regressão de regime para o fechado.

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