O dólar encerrou em alta pelo quarto dia seguido nesta quinta-feira, a R$ 2,714 reais, pressionado pelo interesse de investidores na melhor taxa para a emissão dos contratos de swap cambial vendidos pelo Banco Central na véspera.
Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a subir 1,29%, cotado a R$ 2,740. O fato de o BC não ter comprado dólares nesta sessão, no entanto, fez com que perdesse um pouco de fôlego na segunda etapa dos negócios e fechasse com avanço de 0,33%.
“A pressão hoje foi a formação da Ptax, com a chamada queda-de-braço das tesourarias para elevar o valor da Ptax para a liquidação de amanhã”, afirmou Luis Antônio Abdo, assessor de câmbio da corretora Pioneer.
A Ptax (taxa média do dólar) desta sessão serve de base inicial para os contratos de swap cambial invertidos negociados na quarta-feira.
Outro motivo para a alta do dólar, segundo analistas, veio do cenário externo mais “carregado” -com destaque para a alta do risco Brasil e o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano.
Nesta tarde, o risco-país medido pelo banco JP Morgan, subia 7 pontos, para 393 pontos-básicos. O rendimento (yield) dos Treasuries de 10 anos estava em 4,48%, após ter chegado a 4,57% no início do dia.
“Apesar de terem voltado um pouco, as taxas dos Treasuries continuam elevadas e o mercado ficou de olho nisso”, disse Jorge Kattar, responsável por derivativos do Rabobank.
Operadores acrescentaram que ingressos ajudaram a tirar um pouco da pressão sobre o câmbio, mas não foram suficientes para inverter o movimento de alta.
“Não tem força para cair muito porque continua o movimento de redução de posição vendida de alguns investidores e existe o receio de que o BC compre muito dólar no mercado à vista”, afirmou Kattar.