PUBLICIDADE

Divórcios aumentam mais de 100% em Mato Grosso

PUBLICIDADE

Dados sobre o fim de relacionamentos em Mato Grosso, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis anos mostram, em escalada, que, neste período, 21.173 casais desistiram de viver juntos e pediram, formalmente, o divórcio. A pesquisa confirma que esta situação está a cada dia mais na rotina da vida social local e nacional, interferindo do ponto de vista da saúde psicológica e também jurídico, já que boa parte destes desenlaces terminam em clima de conflito e vão parar no Judiciário. De 2009 para 2014, o número de separações em Mato Grosso aumentou 112,3%.O assunto separação ganhou tanta importância na vida social brasileira, de tal forma que o anúncio feito pelos apresentadores Fátima Bernardes e William Bonner, na última segunda-feira (29), de que não são mais um casal, teve mais repercussão nas mídias sociais do que a sessão histórica de interrogatório da presidente Dilma Rousseff (PT), no Senado Federal, no processo de impeachment.

O levantamento do IBGE mostra que, em Mato Grosso, a maioria dos homens se separa de 39 a 44 anos e as mulheres de 30 a 39. Mostra ainda que a maioria dos casais que se separa tem apenas um filho. ACABOU O AMOR – Esta é a situação do professor Agnaldo Fernandes, 39, do bairro Pedra 90, em Cuiabá. Há um ano, ele, que acreditava que envelheceria ao lado da parceira, “caiu do cavalo”, como diz o ditado popular. “Sofri muito, emagreci oito quilos porque não conseguia comer, mas ela disse que não tinha mais sentimento de amor por mim, confessou que já se casou na dúvida”.

Segundo ele, a pior fase para quem separa vai de quatro a seis meses iniciais. “Para aguentar, procurei Deus e os amigos, porque é muito difícil”. Agnaldo é pai de uma menina de três anos, fruto do casamento que durou cinco anos com a ex-mulher e por ela os dois foram se reaproximando, para tratar dos assuntos de interesse da menina. “No início eu não conseguia muito falar com ela, estava nervoso, chateado, mas achei melhor mudar isso, é melhor para minha filha”.

Ele diz que “ficou” com algumas mulheres, mas nada sério até o momento. Foca na filha, no trabalho e está no clima de “vida que segue”. O cineasta João Bertoli, 45, também está seguindo em frente. Em 2013, se divorciou da mulher, que é apresentadora de TV, com quem se casou no cartório e na igreja, construindo uma relação que resultou em dois filhos, hoje com 10 e 12 anos. Após meses de conflito em casa, ela pediu a separação. Ele diz que sentiu demais o baque. “Eu não queria, eu amava muito, sofri, foi duro, estava gastando minha energia para manter o casamento”.

No entanto, depois que passaram as “ondas” de tristeza, ele começou a melhorar. “Tive sensações incríveis de liberdade, sempre fui marido fiel, vivi para a família somente e, separado, fui ter outras experiências”.

Um dia, quem sabe, João pensa em se casar de novo. “Gosto da ideia de construir uma vida junto, de estar na presença feminina, gosto da convivência em família”.

Ele continua sendo um pai presente. Após a separação, a mulher pediu que ele cuidasse dos filhos, por um tempo, por questões de trabalho e ele fez isso. “Sempre fica algo de bom e de ruim. Tem que lidar com isso”.

O clima ficou tenso no casamento da advogada Natali Nishiyama, 35. Em 2010, ela descobriu uma traição do marido. “Tentei perdoar mas não consegui e em abril do ano passado nos separamos, mas um tio meu adoeceu de câncer e a família ficou muito abalada, inclusive eu, e ele estava muito presente e resolvi nos dar mais uma chance. Só que em novembro realmente quis me separar. A princípio ele não aceitou, ficou com ciúmes, embora eu ainda não tivesse nenhum namorado, puxou a faca para mim, tentou sequestrar nosso filho, teve polícia envolvida, foi muito trágico”.

O casal tem dois filhos, de oito e seis anos, não se fala, nem para tratar sobre as necessidades das crianças, exceto através da mãe de Natali. “Temos incompatibilidades de interesses, objetivos. Tivemos um período bom na relação, claro, mas agora estou em outra fase da minha vida”, diz ela, que começou a namorar.

O pai, já mais conformado, fica com as crianças para ela trabalhar no período da manhã. Após o “maremoto” da separação, as coisas começam a acalmar. A servidora pública G.G., 42, que preferiu não se identificar para não expor os envolvidos, conta que ela e o marido, 51, foram casados por duas décadas. Têm duas filhas, de oito e 10 anos. Um bom apartamento, mas o tempo foi passando e perderam a conexão. G.G. relata que não conversavam mais e não tinham mais interesses em comum. “Não queria envelhecer ao lado de uma pessoa com quem não tenho mais nada, a não ser bens”, diz ela, se referindo ao apartamento de alto padrão, onde mora, com as filhas.

Dos bens, segundo ela, o ex-marido não abre mão, mas deixou de visitar as filhas. “Eu poderia viver como tanta gente vive, até o fim, descontente, mas a mulher de hoje não aceita mais isso, eu quero um outro relacionamento”. A preocupação maior de G.G. é com as filhas, que estão sentindo muita falta do pai.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Motociclista bate em lateral de ponte e morre em Mato Grosso

Um homem identificado como Sandovaldo Santos Alves, de 55...
PUBLICIDADE