A diretora administrativa do Hospital Regional de Sorriso, Ligia Souza Leite, confirmou, em entrevista coletiva, esta tarde, que a dívida da unidade chegará a R$ 9,4 milhões. As dívidas se acumulam por conta do não pagamento de prestadores de serviços, fornecedores e corpo clínico desde novembro do ano passado.
Ela ressaltou que o corpo clínico, que é um prestador de serviço, não recebe há três meses. Por conta disso, os serviços são atendidos parcialmente. Consultas e atendimento pré-agendados não estão sendo realizados. Os serviços de urgência e emergência continuam. Os salários dos servidores concursados estão em dia.
Outro problema enfrentado pela unidade é a falta de pagamento para empresas que prestam serviços importantes. Ligia informou que a clínica responsável por atender os pacientes que precisam de hemodiálise não irá mais receber mais pessoas. A empresa irá atender somente os pacientes que já estavam na unidade sob sua responsabilidade. A lavanderia também não recebeu e está com o “serviço lento”.
Ela também disse que algumas empresas forneceram medicamentos com o pagamento de apenas uma nota fiscal. Já outras disseram que não irão mais fornecer insumos. Para tentar driblar a situação, a diretora disse que tem realizado trocas de medicamentos ou pegando emprestado de outras unidades de municípios vizinhos.
De acordo com ela, o atendimento no hospital está bem reduzido e alguns pacientes foram encaminhados para a central de regulação para serem transferidos para outras unidades por não ter atendimento no local. A diretora disse que a argumentação da Secretaria de Estado de Saúde é a de que os pagamentos estão bloqueados. “O Estado tem que finalizar o ano de 2016 para iniciar o 2017. Não nos passaram data de quando vai ocorrer a normalização”.
Lígia espera que o Consórcio de Saúde do Teles Pires assumindo a gestão do hospital a situação melhore e os repasses sejam mais pontuais. Ela disse que atualmente fica responsável por buscar dinheiro para pagar as contas e não realiza o seu trabalho que seria executar os serviços. Com o consórcio, ele ficaria responsável por a administração financeira da unidade.