O diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), general Jorge Fraxe, aplicou diversas notificações às empresas responsáveis pela pavimentação da BR-163. Os principais problemas encontrados foram atrasos, abandono, buracos, depressões, ausência de sinalização e poucos homens e máquinas em determinados trechos. Na quarta-feira (3), a comitiva seguiu pela rodovia em direção à Santarém, no Pará. O trajeto foi acompanhado por engenheiros e responsáveis das respectivas obras.
Assim como anunciou no Simpósio do Movimento Pró-logística, na segunda-feira (1º), em Lucas do Rio Verde, o diretor do DNIT cobrou resultado no andamento das obras. Após acompanhar os trabalhos de uma empresa, em um trecho de 63 quilômetros onde somente parte dele foi pavimentado desde 2009, assim que chegou ao distrito de Moreira Mendes, o general Fraxe disse estar decidido a punir severamente a empresa responsável. “É uma vergonha o que vi aqui. Este trecho da estrada está oferecendo risco de vida para a população, está tudo mal feito. Já notificamos e, se preciso for, vamos mandar a Polícia Federal para cá”.
Ainda no distrito, o farmacêutico Ubiratan Filadelpho, que reside há três décadas no local, afirmou o quanto a região espera pela conclusão desta rodovia. “Há 30 anos meus pais vieram para essa região impulsionados pelo lema ‘integrar para não entregar” do governo federal. Hoje nós somos quase banidos do estado do Pará, estamos esquecidos e parece que nem no mapa estamos. A visita de vocês por aqui nos dá novo ânimo e esperança”, comemorou Filadelpho.
O diretor executivo do Movimento Pro-logística, Edeon Vaz Ferreira, lembrou que no relatório do último Estradeiro, realizado em novembro do ano passado, foram apresentadas as particularidades de cada trecho. O documento foi encaminhado a todas as autoridades responsáveis. “Já havíamos antecipado ao DNIT a precariedade de alguns trecho da BR-163”.
O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, destacou a importância da visita in loco para acompanhar o andamento dos trabalhos e as condições de trafegabilidade da rodovia. “Quando vemos ou apresentamos dados de relatórios sobre o desenvolvimento das obras, acabamos presos nos números, que são artificiais. O Estradeiro possibilita entender qual a realidade das obras. Tenho certeza que o diretor do DNIT se sensibilizou como nossa situação”, finalizou Fávaro.