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Desembargador também nega liberdade a acusado de matar enfermeira em Sinop

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: Só Notícias/Luiz Ornaghi/arquivo)

O desembargador Orlando de Almeida Perri negou um pedido de habeas corpus para soltar o suspeito de envolvimento no assassinato da enfermeira Zuilda Correira Rodrigues, 43 anos. O ex-marido da vítima está preso desde outubro do ano passado, acusado pelo homicídio, ocorrido em setembro. Um policial militar de 26 anos também teria participação no crime.

Em março, os réus passaram por audiência, ocasião em que a defesa do ex-marido ingressou com pedido de revogação da prisão preventiva. A Justiça de Sinop, seguindo parecer do Ministério Público Estadual (MPE), não autorizou a soltura. A defesa, então, recorreu ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso alegando que a prisão fora decretada “de forma no mínimo equivocada, uma vez que, não há nos autos informações de que ele (o suspeito) possa causar algum tipo de abalo à ordem pública”

Os advogados também afirmaram que, como a fase de instrução já foi encerrada, “não há qualquer prejuízo ao prosseguimento do feito a liberação do paciente”. Argumentaram ainda que o réu está preso há mais de 150 dias e que todos os atos judiciais estão suspensos em razão da pandemia, o que faz com o suspeito não tenha “nem data prevista para ir a julgamento”.

Perri, no entanto, rebateu os argumentos defensivos. “O fato de a autoridade coatora manter a ordem prisão do paciente, alegando que não houve alteração da situação fática na qual ele está inserido, não pode ser interpretada como falta de fundamentação, vez que claramente, faz referência a motivação inicialmente exposta. Além disso, não se pode ignorar que o paciente foragiu logo depois de cometer o crime, sendo certo que a situação, por si só, recomenda a manutenção do cárcere”, disse o desembargador.

Ele entendeu, ainda, que não há excesso de prazo no andamento da ação. “Apesar do inconformismo do impetrante, não se observa retardo indevido ou desnecessário, provocado, deliberadamente, em prejuízos à defesa. Na verdade, os atos processuais estão sendo executados de forma razoável, especialmente porque nenhum elemento evidencia desídia do aparelho judiciário na condução do feito”.

Conforme Só Notícias já informou, a instrução processual do caso já foi encerrada e, agora, a Justiça aguarda os memoriais finais da defesa para decidir se os dois réus irão ou não a júri popular pelo assassinato de Zuilda. Os suspeitos foram denunciados por homicídio qualificado, cometido por de maneira cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher em razão de gênero (feminicídio). O marido de Zuilda, no entanto, foi denunciado pela qualificadora do motivo fútil, enquanto o policial responde pela qualificadora do motivo torpe. A dupla também responde por ocultação de cadáver.

Conforme Só Notícias já informou, o esposo de Zuilda foi preso no Camping Club. Os policiais monitoraram ele por cerca de 10 horas e estavam com mandado judicial para prendê-lo. Na única declaração que deu à imprensa, ao ser conduzido à delegacia pelos investigadores, disse ser inocente. Durante interrogatório, permaneceu em silêncio.

O policial foi o primeiro a ser preso e revelou que o corpo da enfermeira havia sido jogado em uma tubulação, nas proximidades do centro de eventos Dante de Oliveira. Confessou ainda ter participado do espancamento que resultou na morte de Zuilda. Ele acusou o marido da enfermeira de também ter cometido as agressões.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Zuilda e o marido pretendiam se separar, porém, havia divergências quanto ao patrimônio do casal. Os dois tinham um ponto de venda de espetinhos, no centro da cidade, onde o policial militar trabalhava como segurança e fazendo entregas, uma vez que estava afastado da corporação.

O marido de Zuilda teria confidenciado e pedido ao policial ajuda para “dar um susto” na esposa, simulando um assalto. O militar disse que combinou de se encontrar com o esposo da enfermeira, porém, quando chegou no local acertado,  viu o homem já enforcando a vítima. Após Zuilda desmaiar, os dois teriam levado ela até um bueiro, onde a jogaram e foram embora.

Zuilda era funcionária de um hospital e desapareceu no dia 27 de setembro. Ela foi velada e sepultada em Sinop.

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