O juiz federal Charles Frazão deve se reunir hoje com o delegado da Polícia Federal Renato Sayão, em Sinop, para tratar do andamento das investigações sobre o acidente aéreo no Nortão, envolvendo o Boeing 737-800 da Gol e o jato Legacy, no dia 29 de setembro, entre duas aldeias indígenas no município de Peixoto de Azevedo. Na última quarta-feira, conforme Só Notícias já informou, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a Justiça Federal de Sinop é a responsável pelas investigações sobre o acidente. Sayão deve entregar ao juiz o pedido de prorrogação do prazo para conclusão do inquérito e também para ter acesso as informações da caixa-preta do boeing e também do Legacy.
Estas informações são consideradas primordiais para apurar a causa do acidente em que 154 pessoas morreram, a cerca de 200 km de Peixoto de Azevedo (200 km de Sinop), em uma mata de área fechada. Há indícios que apontam que houve falha na comunicação entre a torre de controle e os pilotos do Legacy.
As duas aeronaves teriam colidido a 37 mil pés de altitude. Mas o plano de vôo do jato, que decolou em São José dos Campos (SP), determinava que ele descesse para 36 mil pés quando sobrevoasse Brasília e subisse para 38 mil pés a partir do ponto Teres (localizado a 480 km de Brasília), até a capital amazonense. O que não ocorreu. O boeing vinha de Manaus, a 37 mil pés.
Os controladores devem ser ouvidos pelo delegado ainda este mês. Na última tentativa, os profissionais apresentaram atestados e não foram interrogados. Os pilotos do Legacy Joseph Lepore e Jan Paladino tiveram os passaportes apreendidos e entraram com um pedido para obterem seus documentos e poderem retornar para os EUA. A análise do pedido está sendo feita pelo juiz de Sinop, Charles Frazão.