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Defesa de latrocida foi paga por Pieroni e Josino

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Para a Justiça Federal e o Ministério Público Federal (MPF), o delegado Márcio Pieroni e os empresários Josino Pereira Guimarães e Clóves Guimarães se uniram para contratar e custear um advogado de defesa para o latrocida Abadia Paes Proença, responsável pela denúncia de que o juiz Leopoldino Marques do Amaral estava vivendo na Bolívia. A atitude foi considerada como um "aspecto de antieticidade" por parte do delegado.

Na decisão condenatória dos 5 acusados de tentativa de fraude processual para livrar Josino do júri popular pelo mando do assassinato do magistrado, proferida sexta-feira (23), destaca-se que o advogado chegou a impetrar recurso na Justiça Estadual para colocar em liberdade Abadia, que está preso pela acusação de matar a advogada Ana Antônia Cunha. Após a intervenção do MPF, o defensor deixou o caso.

A Justiça considera "curioso" o fato da ex-mulher de Abadia, Luziane Pedrosa, ter sido acompanhada de um advogado durante o depoimento prestado à Polícia Federal, sem nunca ter o contratado. Ela e Abadia destacaram que nunca pagaram qualquer quantia a advogado e também não sabem quem o fez.

Embora entenda que o advogado pode atuar gratuitamente, neste caso, o juiz da 7ª Vara Federal, Paulo Sodré, acredita que Márcio Pieroni tenha feito a contratação para beneficiar Abadia para que o latrocida contribuísse com a farsa montada.

Em juízo, o delegado afirmou ter visto o referido advogado apenas uma vez na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), onde atuava como titular. Porém, o extrato telefônico de Pieroni demonstra que, entre 3 de novembro de 2010 e 17 de março de 2011, ele e o referido advogado ligaram entre si por 33 vezes. "Muitos contatos entre quem não se conhecia", comenta a decisão, que aponta ainda a intensificação das ligações nos dias que antecederam o declínio da competência entre o Juizado Especial e Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado, que autorizou a exumação do corpo do magistrado. Foram 29 contatos entre 22 e 25 de fevereiro.

Núcleos – No entendimento da Justiça, a organização criminosa era dividida em 2 núcleos: um operacional e outro organizacional. O primeiro era composto pelo braço direito de Pieroni, investigador Gardel de Lima e Abadia. Josino e Clóves, ao lado do delegado, se ocupavam da organização da quadrilha. Os empresários atuavam ainda em questões operacionais. "Márcio Pieroni, o grande articulador da organização criminosa, transitou entre os 2 núcleos, tanto praticando atos operacionais, como organizacionais", afirma o documento. Todos os envolvidos foram condenados pelos crimes.

O advogado de Pieroni, Carlos Freederick, foi procurado, mas estava com o celular desligado, assim como o defensor do empresário, Waldir Caldas.

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