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Defesa Civil Estadual e UFMT querem traçar mapeamento geotécnico

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Uma parceria entre a Defesa Civil Estadual e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), propõe a criação do mapeamento geotécnico de cinco municípios da Região Metropolitana para que esse estudo possa contribuir no trabalho de prevenção de acidentes e desastres naturais.

Segundo o superintendente da Defesa Civil Estadual, Maj BM Agnaldo Pereira, a reunião inicial entre as instituições já foi feita e o primeiro passo dos trabalhos de gerenciamento de áreas de risco é a identificação e localização das áreas potencialmente sujeitas a sofrerem danos de ordem natural ou tecnológica. "Não temos como evitar que um desastre aconteça, porém, podemos e isso faz parte da nossa missão, prevenir a população. Se tivermos um mapeamento dessa natureza teremos conhecimento das áreas de risco e que eventualmente podem ser atingidas por qualquer tipo de desastre. Além do trabalho de prevenção, nosso tempo de resposta será mais rápido", explicou Pereira.

De acordo com o banco de dados da própria Defesa Civil do Estado, existem apenas oito municípios em Mato Grosso que possuem mapas de riscos múltiplos, ou seja, apenas 6% do total de 141 municípios são mapeados.

Já para o gerente de Avaliação de Danos da Defesa Civil Estadual, Ten BM Jean de Arruda Oliveira, a preocupação maior é saber com antecedência quais são as áreas que podem sofrer qualquer tipo de desastre a fim de que a atuação da Defesa Civil seja ainda mais precisa. "Através desse mapeamento geotécnico não só saberemos quais são as áreas de risco nesses municípios, como também, que tipo de desastre pode atingir a região pela característica que possui", disse o gerente ao lembrar que o mapeamento pode identificar, por exemplo, a potencialidade de determinada área para enchentes, inundações, erosão, deslizamento, entre outros.

Uma segunda linha desse projeto abrange a atualização da Carta Geotécnica de Cuiabá feita em 1990, por uma equipe coordenada pelo professor Prudêncio Castro do departamento de Geologia Geral da UFMT, com a assessoria técnica do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.

"A Carta Geotécnica de Cuiabá, elaborada em 1990 para subsidiar o Plano Diretor da Capital, necessita urgentemente de uma boa atualização, tendo em vista que a cidade de Cuiabá é a que mais cresceu no país nos últimos 20 anos, e juntamente com a população cresceram também os problemas ambientais decorrentes da ocupação humana. É necessário hoje fazer um mapeamento em escala de maior detalhe, abrangendo também a cidade vizinha de Várzea Grande, que naquela época ficou de fora", expôs o professor.

Segundo Cristina Moraes, gerente de Monitoramento de Riscos e Desastres da Defesa Civil, com esse tipo de estudo será possível embasar o zoneamento urbano e identificar áreas em se pode construir edificações considerando o tipo do substrato rochoso e do solo da região. "Com o grande processo de urbanização de Cuiabá e Várzea Grande não sabemos dimensionar hoje quantas e onde estão às áreas que podem receber moradias, ruas, prédios, por exemplo, só então poderemos fazer o monitoramento dos locais apontados como áreas de riscos", explicou a geóloga.

CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA

As duas cidades compõem uma única malha urbana, inserida na região metropolitana de Cuiabá, onde se concentra a maior densidade demográfica do Estado e seus problemas ambientais devem ser tratados conjuntamente.

A Cartografia Geotécnica é uma eficiente ferramenta para o planejamento urbano e gestão ambiental, que sintetiza de forma simples aos técnicos de várias áreas do conhecimento e de maneira facilitada ao cidadão comum, as características do meio físico, entendido como a interação entre o substrato rochoso, a cobertura pedológica e as formas de relevo, compreendendo os problemas existentes ou possíveis de ocorrência devido ao uso do solo, e recomendando as ações preventivas e corretivas mais adequadas.

O professor da UFMT disse ainda que a Cartografia Geotécnica favorece a otimização dos investimentos, evitando os riscos geológicos, cada dia mais graves e frequentes nas cidades do Brasil e do mundo ‘causando lamentavelmente a perda do único patrimônio que a família construiu ao longo de toda uma existência, além de ceifar vidas preciosas, muitas vezes de famílias inteiras", finalizou Prudêncio Castro.

 

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