O juiz da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva, determinou que seja realizada nova perícia em seis fazendas em regiões distintas do Estado. A decisão tem como base as contradições de informações em dois laudos técnicos de perícia. O primeiro realizado pelo Ibama no ano de 2005 e o segundo, a pedido do Ministério Público Estadual, pelo engenheiro florestal André Luís Bier Longhi, do Rio Grande do Sul, em 2006. A descoberta de um suposto esquema deu origem a “Operação Curupira”.
Segundo o novo laudo, as informações citadas por engenheiros do Ibama dão origem a interpretações erradas e avaliam tipologias vegetais equivocadamente, o que poderá isentar oito pessoas de crime na concessão de Licenças Ambientais Únicas, que possibilitam a demarcação da reserva legal e a exploração agrícola e pastoril. Dentre os acusados que podem ser isentos estão ex-presidente da extinta Fema, Moacir Freitas, e o ex-diretor de gestão florestal, Rodrigo Justus.
O juiz Julier determina que a nova perícia seja juntada aos processo dentro do prazo de 30 dias e que um técnico do Ibama seja o responsável pelo novo procedimento. Conforme o novo laudo, na fazenda Santana (processo 6433/03) o relatório do Ibama aponta a presença de floresta na propriedade, fato este que não procede pois a tipologia verificada na propriedade foi savana densa. O erro pode ter sido causado em razão da análise de imagens capturadas por satélite.
A reportagem esteve na sede do Ibama, mas não encontrou o presidente do órgão, Paulo Mayer. Ele também não atendeu as ligações feitas e nem retornou aos recados.