O vereador cassado João Emanuel Moreira Lima (PSD) será interrogado, na segunda-feira (1º de dezembro), pela juíza da Vara Especializada contra o Crime Organizado, Selma Rosane Santos Arruda. Ele é réu no processo sob acusação de envolvimento em um esquema montado para tentar comprar sentenças judiciais com intuito de colocar uma família de traficantes em liberdade. A audiência para ouvir o ex-vereador está marcada para começar às 15h.
No total, são 16 réus na ação penal proposta pelo Ministério Público Estadual como resultado da operação Assepsia deflagrada em abril do ano passado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Consta nos autos que todas as testemunhas arroladas já foram ouvidas e dessa forma foi marcado o interrogatório do ex-vereador. Sua defesa chegou arrolar como testemunha a desembargadora do Tribunal de Justiça, Nilza Maria Pôssas de Carvalho, porém, ela se declarou impedida de funcionar como testemunha no processo.
Os advogados de João Emanuel foram notificados sobre a posição da magistrada em não querer testemunhar e não se manifestaram sobre o assunto. Dessa forma, a juíza do caso presumiu que a defesa desistiu da oitiva e nem pretende substituir a desembargadora por outra testemunha e homologou a desistência.
Quando foi denunciado pelo crime de corrupção ativa, em setembro de 2013, João Emanuel ainda era vereador e também presidente da Câmara Municipal de Cuiabá. Ele foi apontado pelo Ministério Público como um dos acusados de ter participado da tentativa de compra de uma sentença judicial para liberar uma família de traficantes de drogas, presa em novembro de 2011, pela Polícia Federal, na Operação Mahyah.
Entenda – na Operação Assepsia deflagrada no dia 9 de abril de 2013 foram expedidos 6 mandados de prisão contra pessoas investigadas pelo Gaeco sob acusação de envolvimento num esquema para comprar uma habeas corpus para colocar em liberdade o fazendeiro e traficante Adalberto Pagliuca Filho, 59, bem como seus familiares que estavam presos desde 2011 por tráfico interestadual de drogas.
Um habeas corpus foi concedido num plantão de domingo colocando toda família em liberdade, mas o Gaeco afirmou que a negociação da sentença não foi concluída e não ficou comprovada a venda da decisão judicial. Na época também foram presos o servidor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Clodoaldo Souza Pimentel, 34, o advogado Almar Busnello, 37, e ex-estagiário de Direito Marcelo Santana, 37.