O valor da tarifa de ônibus do transporte público pode subir de R$ 2,60 para R$ 2,93. Pelo menos é o que aponta os estudos do setor técnico da Secretaria de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU), que elaborou os cálculos da planilha de custos dos coletivos da Capital.
O novo valor seria apresentado na reunião do Conselho Municipal de Transportes, que ocorreu nesta quinta-feira (27). Mas a reunião foi suspensa. Para entrar em vigor, o novo valor de R$ 2,93 precisa ser recomendado pelo conselho e aprovado pelo prefeito Mauro Mendes.
O reajuste final ficaria em R$ 2,80. Esse valor já seria uma compensação do superfaturamento da passagem de ônibus, no valor de R$ 13,5 milhões, que foi detectado pelo Ministério Público Estadual (MPE) no ano passado.
A reunião do Conselho, que recomendaria o novo valor, foi marcada pela pressão de manifestantes que ocuparam a sala onde acontecia o encontro. A massa de protesto era composta de moradores de bairros, estudantes e militantes da CUT.
A reunião, que aconteceu em uma sala da Secretaria de Assistência Social, no centro de Cuiabá, foi parada por diversas vezes, devido as intervenções dos manifestantes e dos conselheiros que eram contra o aumento da passagem. Primeiro, a conselheira Marleide Oliveira solicitou que a votação do novo valor fosse suspensa, para que houvesse tempo dos conselheiros analisarem a planilha de custos dos coletivos. “É um absurdo essa votação, pois nós não tivemos tempo de estudar esses valores. Sugiro que essa reunião seja suspensa”, questionou.
A sugestão foi acatada pela mesa diretora que comandava a reunião, e que tinha à frente o secretário da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Antenor Figueiredo. Sendo assim, ficou combinado que o conselheiros apenas assistiriam a apresentação da planilha que prevê o reajuste da passagem. Mas durante a apresentação do estudo, as intervenções continuaram e o secretário Figueiredo decidiu suspender a reunião.
“Assim não tem condições. É primeira vez que abrimos reunião do conselho e aconteceu esse tumulto”, comentou. Agora será agendada uma nova data para a discussão dos valores da passagem.
A nova reunião deve acontecer no próximo dia 14. Os conselheiros terão cinco dias para estudarem os cálculos da planilha.
O vereador Dilemário Alencar entende que o aumento não deve acontecer como forma de compensar o superfaturamento que ocorreu no ano passado. “Inclusive nós recomendamos isso, por meio de ofício, ao prefeito Mauro Mendes”, disse o parlamentar que defende a redução da tarifa.