A Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) ouviu a suposta mãe do bebê recém-nascido do sexo feminino que foi encontrado no dia 1º de janeiro, na avenida Coronel Escolástico, nas proximidades de uma empresa de produtos agropecuários, na capital. A suposta mãe do bebê, uma mulher de 32 anos, confirmou, esta manhã, a delegada Alexandra Frachone, que deu à luz a criança e depois a abandonou na rua. Ela contou que tomou conhecimento que estava grávida durante exames para realização de uma cirurgia de laqueadura.
A mulher disse ainda que como já tinha quatro filhos, o marido não queria que ela engravidasse novamente. Por isso, escondeu da família e do marido a gravidez. Conforme a suposta mãe, a família pensava que a barriga que aparentava era em decorrência do peso acima do normal.
A mulher também não fez nenhum acompanhamento pré-natal e o única ultrassonografia foi realizada no dia 30 de janeiro de 2011, quando constatou que o bebê já estava de 40 semanas. Então, resolveu ficar sozinha em casa na virada do ano e não acompanhar o marido que foi para casa de parentes.
Ainda no depoimento, a mulher revelou que teve a filha sozinha em casa na manhã do dia 1º de janeiro. Depois de dar à luz, limpou a criança e a enrolou em uma manta de seu filho menor. Em seguida, colocou em um saco o bebê. A mulher disse que ficou muito confusa após o nascimento da criança e não sabia o que fazer.
Ela disse que saiu andando com ela pelas ruas do bairro, pegou um ônibus e acabou por deixar a filha na avenida Coronel Escolástico, não sabendo depois o que aconteceu e só vindo a recuperar a consciência ao acordar já internada em um hospital no dia seguinte.
A delegada Alexandra Fachone informou que a suposta mãe foi submetida a exame pericial de constatação de parto recente, realizado logo após o depoimento no Instituto de Medicinal Legal (IML), que colheu também material genético para exame de DNA, que será realizado no laboratório da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), em Cuiabá. O resultado deve sair até o final da próxima semana.
A mulher passará por avaliação psiquiátrica para analisar o estado psicológico após o parto, se sofreu algum tipo de transtorno mental (depressão pós-parto), que "justificasse" a conduta de ter abandonado a própria filha. A Justiça definirá o destino da criança que ainda está sob os cuidados do Pronto Socorro da capital.