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Cuiabá: servidores da superintendência regional do trabalho aderem a greve

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Unidades sucateadas e salários defasados. Estas são as principais reclamações dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE) em Mato Grosso, paralisaram os trabalhos ontem, aderindo ao movimento grevista nacional. Apenas os serviços de seguro desemprego e emissão de Carteiras do Trabalho são mantidos, com redução no número de atendimentos. O desempregado José Roberto percorreu cerca de 900 quilômetros para dar entrada ao seguro desemprego. Mas, quando chegou à unidade, foi informado que as senhas tinham se esgotado. Como hoje é feriado nacional, ele terá que esperar até amanhã para ser atendido. “Eu já vim aqui porque em Aripuanã não consegui. Não tenho como pagar hotel até sexta-feira”.

Os servidores justificam que já tentaram, por diversas vezes, negociar com o governo para a implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salários, mas não houve avanços. No final do ano passado, a categoria já havia paralisado os serviços e só retornou com o agendamento de reuniões no Ministério do Planejamento. “Nós estamos nessa luta desde 1988. Aí decidimos paralisar no final do ano passado. Eles marcaram as reuniões, mas não cumpriram os prazos. Decidimos paralisar novamente. Já são 23 Estados nesta situação”, desabafou a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Mato Grosso, Eliete Costa, que trabalha há 27 anos no órgão. Segundo ela, os servidores não têm projeção de crescimento e os reajustes salariais são mínimos. Quem ingressa na carreira hoje, por exemplo, tem um salário de R$ 1.140. “Em quase 30 anos de trabalho eu tive R$ 600 de aumento. Nós estudamos, nos specializamos, mas não temos projeção nenhuma de crescimento porque não temos o plano”.

É o mesmo caso de Gildásio Gomes, que ingressou no órgão há 23 anos. “Eu tinha um cargo de chefia mas saí porque não tem recompensa. Nossa categoria é que a menos recebe no funcionalismo público federal”. Eles também reclamam das péssimas condições de trabalho nas agências de atendimento, não somente em Cuiabá, mas também no interior, e o reduzido número do efetivo, resultando na ineficiência em várias ações. Só na Capital, são realizados cerca de 200 atendimentos por dia. Os mais prejudicados são os usuários do interior, já que alguns serviços são realizados somente na superintendência. Ainda não há previsão para retomada dos trabalhos. “Nós já protocolamos pedido de dissídio coletivo no Superior Tribunal de Justiça e vamos aguardar o julgamento”.

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