O ‘Rolezinho no Tchope’, movimento de protesto organizado por jovens de Cuiabá e Várzea Grande, por meio de uma rede social, teve poucos participantes. Marcado para ontem, às 17h, em um shopping, apenas 30 jovens foram. Policiais militares estiveram no entorno do local, juntamente com agentes do Juizado da Infância e da Juventude e agentes de trânsito. Dentro do shopping, um forte esquema de segurança, com profissionais contratados, monitoravam o grupo. Não houve incidentes.
Tedson Santos de Carvalho, 18 anos, e seu irmão, de 15, foram uns dos primeiros manifestantes a chegar no local. Tedson conta que o clima era de tensão e, ao entrarem, foram seguidos por 2 seguranças. “Meu irmão veio fazer uma entrevista de emprego um pouco mais cedo do horário marcado do rolezinho. Fomos ao banheiro para ele retirar os piercings, e fomos seguidos por seguranças do 1º ao 3º andar, até entrarmos no banheiro”, diz.
Indagado sobre o motivo da manifestação, o jovem explicou que tudo o que ele e seus amigos desejam é igualdade. “Eu vejo o rolezinho como uma maneira de mostrarmos para a sociedade que somos todos iguais e merecemos um tratamento digno. Não é porque eu moro no Pedra 90, sou negro e me visto do jeito que me sinto bem que sou pior que outras pessoas”, diz.
O coordenador dos agentes do Juizado da infância e juventude, Valmir Luciano, explicou que sua equipe foi ao local "para proteger as crianças e os jovens de bem, pois no shopping existem muitas famílias. Agora os delinquentes são de responsabilidade da polícia”.
Procurada pela reportagem, a administração do shopping preferiu não se pronunciar sobre a situação. Mas a assessoria de imprensa confirmou o reforço na segurança e informou que todos os lojistas foram orientados em como agir caso o movimento realmente viesse a acontecer.