Acabou, ontem à tarde, ocupação estudantil ao prédio da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso. Foram 13 dias com grupos de dezenas de estudantes dormindo, se alimentando e até jogando xadrez na sala da reitoria para passar o tempo e não entregar os pontos até a universidade ceder e resolver assinar acordo se comprometendo a atender pelo menos 90% das reivindicações apresentadas pelo movimento, o que aconteceu nesta 4ª.
Os seis estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que foram agredidos e presos por policiais militares da Rondas Ostensiva Tática Móvel (Rotam) durante manifesto estudantil no dia 6 deste mês voltam a serem ouvidos, esta manhã. Ao todo, foram abertos três processos em relação a confusão, na qual alguns deles foram alvejados por balas de borrachas disparadas à queima-roupa pelos PMs.
O depoimento de hoje, trata-se de um processo interno instaurado pela Corregedoria da Polícia Militar para investigar os abusos cometidos por seus agentes contra os universitários. Depoimentos serão na Base Comunitária de Segurança do Santa Izabel, em Cuiabá. Foram notificados para prestar esclarecimentos, os líderes estudantis Sérvulo Del Castilho, Murillo Guedes, Walter Aguiar, Gabriel Maycon, Caiubi Kuhn e Rodrigo Albuquerque.
O caso ganhou repercussão nacional e diversas entidades, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e parlamentares como o senador Pedro Taques repudiaram a ação truculenta dos policiais cobrando apuração rigorosa e punição aos PMs responsáveis pelos excessos. Na oportunidade, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Nerci Adriano Denardi, ressaltou que o caso era grave e que seria instaurado processo administrativo para analisar os possíveis excessos dos PMs.
Na confusão, seis acadêmicos foram detidos e outros dez ficaram feridos.
(Atualizada às 09:41h)