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Cuiabá: prestação de auxílio para dependentes químicos é criticada

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Deficiências na estrutura física e de recursos humanos dos serviços públicos de saúde destinados aos dependentes químicos foram as principais reclamações dos moradores da região do bairro São Mateus, durante audiência pública realizada pelo Ministério Público Estadual (MPE), ontem à noite. O evento, que contou com a participação de cerca de 70 pessoas, foi conduzido pelo promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes, que atua na Defesa da Cidadania da Capital.

"O Ministério Público é o defensor da sociedade. Nós somos fiscais da qualidade do serviço público e é nosso dever ouvir a população para saber como estão sendo prestados os atendimentos nessa área. A questão do vício é um problema sério em qualquer comunidade e sabemos que o serviço ofertado pelo poder público tem muitas falhas e não atende a demanda", afirmou o promotor de Justiça.

Durante a audiência, a presidente do Clube de Mães do Bairro São Mateus, Raimunda Cavalcanti dos Santos, relatou que as drogas já trouxeram muita tristeza para sua família. Há 10 anos, seu filho de 28 anos, é dependente químico. "Precisamos muito de ajuda porque não dá para viver desse jeito. Já procurei o Sistema Único de Saúde, Policlínicas e nada foi feito. Toda a família sofre com o vício do meu filho", disse ela.

A dona de casa Vivaldina Lopes Barbosa compartilhou, durante muito tempo, da angústia vivida por dona Raimunda. "Minha filha foi usuária durante muitos anos. Me dizia que ia "ali" e voltava quatro, cinco dias depois. Fizemos uma peregrinação para encontrar ajuda e hoje, graças a Deus, ela não tem consumido drogas e espero que seja pra sempre", contou aliviada.

A presidente da Associação dos Moradores do Jardim Europa e vice-presidente do Conselho Estadual de Segurança Pública, Rosa Barbosa, disse que a população carente sofre mais com a dependência de seus familiares. "O lugar mais barato para internar um usuário cobra um "sacolão" ou um salário mínimo e a maioria dos pais não tem como tratar os seus filhos porque não tem condição. E não podemos contar com os serviços públicos porque não oferecem condições de tratamento para essas pessoas".

O major da Polícia Militar Manoel Bugalho Neto ressaltou durante o evento que para ser considerado dependente químico, o usuário passa por diversas fases. "Primeiro ele experimenta, depois passa a usar de forma eventual e, finalmente, se entrega ao vício. Precisamos investir em tratamento, porém, temos que pensar em formas alternativas para que nossas crianças e jovens não cheguem a esse ponto".

Além da deficiência nos serviços de atendimento aos dependentes químicos, os moradores da região leste de Cuiabá também reivindicaram investimentos na área de esporte, posto de saúde, creche e Conselho Tutelar. "Vamos dar encaminhamento a todos os pedidos que foram feitos pela comunidade desses bairros para tentar solucionar essas questões, principalmente as mais urgentes", destacou o promotor.

Durante a audiência, os moradores também discutiram a implantação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que deverá ser instalado no Jardim Europa, bairro vizinho ao São Mateus. Uma parcela da comunidade apoia o Caps no local, porém, muitos moradores rejeitam a ideia. "A decisão de ter ou não o Caps no bairro não vai contentar todo mundo, mas o Ministério Público ficará atento para que a população tenha atendimento e não seja prejudicada", argumentou o representante do Ministério Público.

Além dos moradores dos bairros que compõem a região leste da cidade, também participaram da audiência pública o vereador Chico 2000, Coronel José Alves Ribeiro "Joselito", presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros de Cuiabá (Ucamb), Édio Martins, além de representantes da Polícia Militar, Conselho Tutelar, diretores e professores de escolas públicas, associações de bairros, comerciantes e empresários. De acordo com a Ucamb, a região leste da capital é composta por 50 bairros. Ao todo, existem 41 associações que representam os moradores dessa região.

AUDIÊNCIAS – A audiência pública realizada nesta quinta-feira faz parte de uma série de eventos que discutirá com a população temas referentes às áreas prioritárias previstas no "Plano de Ação 2011": segurança pública, educação, saúde e consumidor. As próximas audiências serão promovidas nos bairros Alvorada e Pedra 90 com os temas violência no trânsito e violência nas escolas, respectivamente.

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