A Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT) vai entrar com representação criminal e administrativa, além de processar o Estado com pedido de danos morais, após prisão dos advogados Marco Antônio Magalhães e Ioni Ferreira Castro, ontem à tarde, no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Planalto, em Cuiabá. As informações são do advogado Waldir Caldas, representante da Comissão de Processo e Direito Penal da OAB-MT, que esteve no local.
Os advogados foram até a delegacia para defender os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que foram presos após protesto na avenida Fernando Corrêa da Costa, contra o fechamento de cinco Casas de Estudantes Universitários (CEUs). A UFMT alega que concederá bolsas para o pagamento de aluguéis aos estudantes.
Os advogados tiveram celulares e documentos profissionais apreendidos, além de ficarem detidos por algumas horas. Conforme Caldas, nenhum advogado pode ser impedido de exercer seu ofício. Além disso, o advogado da OAB disse que o boletim de ocorrências lavrado em uma sala fechada, sem a presença dos advogados dos jovens, deve ser “exterminado”. “Isso é inconstitucional”, completou.
Para o advogado, o ato contra os jovens que protestavam na avenida foi de pura truculência. “Mandar policiais treinados para lidar com bandidos para conter jovens de bermuda e chinelos é incontestável”, desabafou. Ainda conforme Caldas, o Cisc Planalto é um local totalmente apertado e sem condições de atender a população. “O Estado precisa rever concursos públicos para a Polícia Civil e novos locais para confecção de ocorrências”, finalizou.
Na confusão, cerca de dez universitários ficaram feridos com balas de borracha disparados pelos policiais da Rotam. Seis foram para a delegacia, onde mais estudantes compareceram para apoiar os demais.
A OAB também emitiu nota de repúdio contra a atitude dos policiais.
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