Médicos da rede municipal estão protestando hoje por melhores condições de trabalho, materiais de qualidade, além de discutir o piso salarial que, segundo eles, gira em torno de R$ 1.200. A paralisação termina esta noite.
Somente atendimentos de urgência e emergência são feitos nas Policlínicas e Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Morada do Ouro. Outras três paralisações estão previstas para as próximas semanas. Um dos manifestos hoje foi em frente a Unidade de Pronto-Atendimento do Coxipó.
Mesmo após a reunião entre o Sindicato dos Médicos (Sindmed) e a prefeitura, profissionais da saúde decidiram cruzar os braços para fazer uma série de denuncias que vem ocorrendo nas unidades. Segundo o diretor de comunicação da entidade, Osvaldo Mendes, clínicos sofrem diversos tipos de agressões, seja física ou verbal. “Não há condições de trabalhos nas unidades de saúde, e esta falta de condição reflete diretamente na população, o que implica uma cobrança maior e quem está na frente sempre é o médico e isso acaba sobrando para ele”, disse.
Mendes disse que não há qualquer tipo de estrutura para que os médicos possam exercer a profissão. “Não há medicamentos, os materiais são de péssima qualidade. Teve casos no Pronto Socorro que a tesoura não cortava, além de não haver macas suficientes nas unidades, o que expõe os pacientes e também a segurança, que é falha”.
Além destas reivindicações, manifestantes querem reforçar a campanha nacional de salário, que visa passar para R$ 10.960 segundo o Fenam (Federação Nacional dos Médicos). “Um médico cubano ganha em torno de R$ 12 mil, enquanto nós brasileiros estamos nesta situação. Queremos um salário digno com condições de trabalho”.
Outro lado
Em nota, a prefeitura informou que a Procuradoria-Geral ingressou ontem uma medida judicial na tentativa de impedir a paralisação dos médicos, que ocorre hoje. Segundo a assessoria, a decisão foi tomada após o Sindimed se negar a continuar manter o diálogo para buscar acordo com a Secretaria de Saúde, referentes às reivindicações.