Cerca de 700 médicos e 1,2 mil profissionais de enfermagem que atuam em Cuiabá estão em estado de greve, a partir de hoje. Em assembleia, realizada ontem à noite, as duas categorias decidiram dar o prazo de uma semana para que o governo do Estado apresente um plano para minimizar o caos no Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá. Caso isso não aconteça, estes profissionais vão paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir do dia 26.
“Enquanto gasta-se R$ 400 milhões em um estádio para 15 dias de evento da Copa do Mundo de 2014, o governo do Estado não gasta sequer um centavo na saúde pública. No entanto, um dos preceitos para o recebimento do evento é a cidade ter uma boa estrutura de saúde e, desse jeito, estamos seriamente arriscados de perder o Mundial”, criticou o presidente do Sindicato dos Médicos, Edinaldo Lemos, por meio da assessoria.
Os profissionais reivindicam investimentos efetivos na saúde, melhores condições de trabalho, realização de concurso público, hospital com mil leitos e combate à corrupção na saúde e reestruturação dos conselhos. “Vamos representar a omissão do Executivo e o caos na saúde na Organização dos Estados Americanos (OEA) nos próximos dias”, afirmou o presidente do Sindicados dos Enfermeiros, Dejamir Soares.
Conforme Só Notícias já informou, a medida estudada para amenizar a crise proposta foi a estadualização do Pronto Socorro da capital. O governo do Estado se comprometeu a gerir a unidade, por meio da contratação de uma Organização Social de Saúde (OSS). A situação caótica na unidade já foi exposta em reportagens em nível nacional e tema de inúmeras críticas. No mês passado, os médicos do Pronto Socorro gravaram vídeos que mostram a situação absurda no local como o esgoto voltando pela pia em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).