O adolescente, 14 anos, segue, hoje, para o Centro Socioeducativo de Cuiabá, no Complexo Pomeri. A decisão pela internação provisória do menor foi dada, ontem à noite, pela juíza titular da 1ª Vara de Infância e Juventude da capital, Gleide Bispo Santos.
Ela decidiu pelo recolhimento do jovem, após o Ministério Público Estadual (MPE) se manifestar pela internação. Segundo o promotor Manoel Rezende, o encaminhamento se deu após uma das testemunhas afirmar que o menor já havia dirigido outras vezes e que o caso também teria causado grande comoção à sociedade.
Durante os próximos 45 dias, ele ficará recolhido em uma das celas da ala de internação cautelar da unidade. Ele foi apreendido em flagrante, na terça-feira à noite, após atropelar três pessoas na avenida Miguel Sutil. Uma das vítimas, o fiscal da Sefaz, Enéas Cardoso Filho, morreu no local do acidente. As outras duas vítimas foram encaminhadas para unidades de saúde. O adolescente também foi indiciado por ato infracional análogo ao crime de homicídio culposo (sem intenção), dupla lesão corporal e direção perigosa.
Até a noite de ontem, ele se encontrava recolhido na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA). Conforme boletim de ocorrência, além do menor infrator, outros dois adolescentes também estavam no veículo no momento do acidente. O caso foi registrado por volta das 20h20, quando o adolescente deixou o prédio em que morava com o avô, no bairro Consil, e seguiu com os amigos em direção à rodoviária.
O veículo que o menor conduzia era um Hyundai IX-35. Em depoimento, ele afirmou ao delegado Paulo Araújo, que nas proximidades do viaduto perdeu o controle do carro, após passar em cima de "tartarugas", tipo de sinalização de trânsito que fica fixa nas vias. Devido ao descontrole do veículo, o menor acabou derrubando o portão de um hotel e parou quando atingiu uma pilastra. Foi também neste momento que o adolescente acabou atingindo as vítimas, que realizavam exercícios físicos na localidade.
O promotor Manoel Rezende conta que colheu depoimento do menor nesta quinta-feira. Além dele, outras pessoas também chegaram a ser ouvidas. O profissional afirmou que a princípio havia decidido pela liberdade assistida de M. e que o mesmo prestasse serviços à comunidade. A manifestação foi retificada após outras testemunhas prestarem esclarecimentos. "Durante depoimento, ele confirmou que estava dirigindo o carro. Também aparentava estar bastante arrependido".
O processo, por envolver menor de idade, segue em segredo de Justiça. Após os 45 dias de internação, a juíza responsável pelo caso, Ana Paula da Veiga Carlota Miranda, titular da 2ª Vara da Infância e Adolescência, dará continuidade às decisões.