O deputado Ulysses Moraes (DC) exonerou, ontem à noite, o jornalista Leonardo Heitor Miranda Araújo, que, também ontem, foi denunciado por um grupo de dez mulheres jornalistas por assédio, estupro e importunação sexual. Por nota, o parlamentar explicou que soube das acusações pela imprensa, que ficou “surpreso” e reforçou o compromisso em “prol da mulher” e que para serem contratados “todos os servidores da ALMT precisam apresentar seus antecedentes e certidões negativas, e em nenhum momento houve qualquer denúncia ou comunicação junto ao gabinete quanto a posturas reprováveis do servidor”.
Ontem, um grupo de dez mulheres procurou a polícia para formalizar as denúncias. De acordo com as vítimas, Leonardo Heitor usava um número de celular de Brasília e de São Paulo para iniciar conversas íntimas e anônimas, valendo-se do conhecimento que tinha das vítimas. Ele também enviava vídeos e imagens pornográficas.
Leonardo Heitor é acusado do mesmo crime em Vitória, no Espírito Santo, onde morou. Lá, ele negou as acusações. Aqui, em mensagem enviada a grupos de WhatsApp, disse que errou ao ser “inconveniente” e que “nem tudo que foi falado sobre mim condiz com a realidade dos fatos”. Ontem ele procurou a delegacia espontaneamente para prestar esclarecimentos. A denúncia apresentada é que, pelo WhatsApp, com número telefônico de outros Estados, nome e fotos de outra pessoa, ele supostamente mandaria mensagens de cunho erótico e fotos de pênis.
Outro lado
De acordo com o Midia News, Leonardo Heitor procurou ontem a delegacia da Mulher, em Cuiabá, ao tomar conhecimento das denúncias e se defende: “Eu não quero parecer pedante, nem vítima, até porque sei as ‘merdas’ que fiz. Só de você falar com uma mulher, tendo outra em casa já é socialmente inaceitável. Eu não fiz nem um terço das coisas que estão falando que fiz. Agora é esperar juridicamente. Porque eu já perdi emprego, perdi namorada, casa, tudo”, disse o jornalista. “O meu maior lamento agora é as pessoas julgarem antes de qualquer coisa. Tem muita coisa que está sendo contada que não condiz com a verdade”, completou.
“Eu já mandei fotos minhas íntimas para mulheres, mas antes eu sempre friso: ‘posso te mandar?’. E só assim mando. Eu não mando nada sem ninguém pedir. Admito que errei ao achar que não estaria sendo inconveniente”. “Se eu mostrar a conversa, as pessoas verão que não são assédio. Tem um outro caso, com uma mulher que me acusa de assédio, que na conversas que tínhamos ela me chama para sair e se convida para ir lá em casa”, se defende.