Sem acordo após reunir com o sindicato patronal dos estabelecimentos de saúde de Mato Grosso, os profissionais da enfermagem continuam em fase permanente de greve até a próxima quarta-feira (10) quando se reúnem novamente em audiência a ser intermediada pelo Ministério Público do Trabalho. Por discordar dos argumentos do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que conduziu a reunião e se mostrou favorável aos patrões que aceitaram conceder aumento salarial de 7%, para repor apenas a inflação do ano passado, o Sindicatos dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen) suspendeu a audiência. "A qualquer momento a categoria pode parar, embora estão confiantes de que vão entrar em acordo na próxima audiência", diz o assessor do Sinpen, Matheus Berger.
Sustentaram que não aceitam apenas R$ 30 de aumento para para os profissionais técnicos e R$ 50 para os enfermeiros além de R$ 5 de adicional para cesta básica, conforme se propôs a pagar o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso (Sindessmat). "O TRT concordou com aumento de apenas 7% e os enfermeiros e técnicos de enfermagem não aceitam. O lado bom é que foi aberto o diálogo e acreditamos que com a intermediação do Ministério Público, ambas as categorias vão entrar num acordo".
Ele explica que a categoria que pedia salários de R$ 700 para auxiliar de enfermagem, R$ 900 para técnicos de enfermagem e R$ 1,7 mil para enfermeiros padrão aceita negociar e até ceder um pouco, mas o aumento proposto pelo Sindessmat e que recebeu aval do TRT não é aceitável entre os profissionais.
Lembra ainda que em apenas 12 horas de greve na terça-feira (3) cancelou 280 cirurgias eletivas em cinco hospitais particulares de Cuiabá e deixou de realizar 30 internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) no Hospital Santa Rosa. "Caso não sair acordo na próxima audiência vamos parar em definitivo e vamos tentar mobilizar também os profissionais da rede pública".
Em nota, o Sindessmat confirmou a falta de acordo na audiência e diz ter mostrado através de índices de reajustes de outros estados que o 7% oferecido está dentro da média nacional, o que foi contestado pelo sindicato dos empregados. "O Sindessmat vai convocar uma assembleia a realizar-se na próxima terça-feira (9), por volta das 16h, em sua sede, para que os associados possam votar uma contra-proposta para negociar os novos reajustes".