Agentes monitores que atuam no Centro Socioeducativo de Cuiabá, conhecido como Pomeri, protestaram, esta manhã, em frente à unidade por melhores condições de trabalho. A categoria também lembrou o episódio ocorrido na noite da última segunda-feira (7), quando um adolescente fez um colega refém e motivou um princípio de rebelião. Na ocasião, a juíza da 1ª Vara Especializada da Infância e Juventude, Gleide Bispo Santos, autorizou que recebesse um cigarro como parte da negociação para liberação do refém. “Só foi um cigarro, como parte da negociação, melhor do que morrer alguém”, disse a juíza em entrevista.
Para o presidente do Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado (Sindpss), Paulo César de Souza, a atitude fere as normas do Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe que os agentes entreguem cigarros e bebidas alcoólicas aos adolescentes. Além disso, segundo Souza, a atitude só aumenta mais a confiança dos menores para fazerem mais exigências.
Os agentes reclamam ainda de péssimas condições de trabalho dentre da unidade em Cuiabá e listaram 20 itens essenciais para melhorar a atuação da categoria. Essas reivindicações, que incluem melhorias nas unidades de Rondonópolis, Sinop, Barra do Garças e Cáceres, foram encaminhadas para a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Entretanto, um dos pontos considerados mais importantes pela categoria, a contratação imediata de agentes e concurso público, foram negados pela secretaria.
Os agentes pedem ainda equiparação salarial do assistente administrativo com assistente administrativo penitenciário, o que será encaminhado ao governo do Estado. Categoria pleiteia a possibilidade de greve, o que será debatido em assembleia.