O acusado de assassinar, em Cuiabá, o jornalista Auro Ida (um dos mais respeitados profissionais da imprensa mato-grossense), está tendo júri popular, neste momento, na capital. Se condenado, Evair Peres Madeira Arantes, 21 anos, o "Baby", pode pegar pena de 12 a 30 anos de reclusão. Cinco homens e duas mulheres compõem o júri e a sessão é presidida pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira.
Foi feita a leitura dos depoimentos prestados nas fases de inquérito e instrução das testemunhas Bianca Nayara Corrêa de Souza, ex-mulher de Rubens Alves de Lima, apontado como mandante do crime, e ex-namorada de Auro Ida, Amanda Stefany Soares de Campos, amiga de Bianca, e Charles Miller Gonçalves da Costa, que teria recebido uma proposta dos acusados para executar Ida.
Primeira testemunha a depor, o garçom Josias Renan Dellandrea foi arrolado pela defesa na tentativa de formar um álibi. Durante toda a investigação, Baby afirmou que no momento do crime estava em um bar. Indagado, Josias disse que o suspeito estava no bar no dia do assassinato, mas não pode afirmar que ele não tenha saído por alguns momentos.
A segunda testemunha, Gislene Neres Leal, é amiga do acusado. No dia do crime, disse ter se encontrado com Baby que estaria em casa. Questionada pelo promotor João Augusto Veras Gadelha, sobre uma eventual contradição, uma vez que Baby disse que estava no bar, contou que não se lembrava muito bem da noite do crime.
O terceiro a depor foi Dayvid Willian Campos, Ele contou que estava com Baby em um bar, fato que ocorria todas as quintas-feiras. Além de cerveja, costumavam consumir cocaína. Afirmou que uma terceira pessoa estava no local com eles, mas que foi embora mais cedo. Disse que Baby chegou em uma bicicleta vermelha, de propriedade da mãe do acusado. Como trabalhava, foi embora por volta das 22 horas, deixando o suspeito sozinho. "Fiquei sabendo do crime no dia seguinte. O bairro falava que foi o Baby, mas não acredito que tenha sido ele", defendeu.
Em relação ao depoimento prestado na fase de instrução, duas contradições foram levantadas pelo promotor Gadelha – o fato de que Dayvid teria dito que Baby chegou a sair uma vez do bar e a de que o acusado tinha uma arma de fogo. Dayvid negou ter dito isso.
Não há previsão de quando o júri termine.