Caminhoneiros e representantes do setor de transportes de três cidades de Mato Grosso se reuniram, hoje, na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), com técnicos do governo federal para discutir as reivindicações cobradas durante as manifestações que fecharam rodovias em oito estados do país, há cerca de duas semanas. De acordo com um dos líderes do movimento no Estado, o empresário Gilson Baitaca, de Lucas do Rio Verde, ficou definida a criação de um grupo de trabalho para instituir a tabela mínima do frete. “Cada região terá representantes. Vamos discutir os custos de cada lugar, para, em 45 dias, apresentar uma média nacional”.
Participarão do grupo caminhoneiros autônomos, transportadores e embargadores, como tradings e contratadores de fretes. As discussões serão intermediadas pelo Ministério dos Transportes e ANTT. Mato Grosso terá, além de Baitaca, mais um empresário de Rondonópolis como representante na comissão. “A primeira reunião será nesta segunda-feira, em São Paulo. Depois, no dia 19 deste mês, a gente tem mais um encontro, desta vez, em Brasília. A intenção é começar a trabalhar os números imediatamente, para dar corpo à proposta”, explicou Gilson.
Sobre o preço do óleo diesel, Baitaca disse que a cobrança deve ser deixada em segundo plano, caso a tabela do frete seja instituída. “Não é mais uma reivindicação tão forte dentro do movimento de transportes, apesar da gente entender que esta cobrança também é feita pelo setor agropecuário. A gente tem que ter consciência que, se baixar o diesel vai baixar o preço do frete, então não é interessante. Pelo menos por enquanto, não estamos discutindo mais esta questão”, afirmou.
Em relação à carência de 12 meses para pagamento das parcelas de financiamento para cada conjunto (caminhões, carretas e semirreboques), até o limite máximo de três conjuntos dos contratos em vigor, independente da modalidade contratada (pró-caminhoneiro, Finame e outros) dos Transportadores Autônomos de Cargas (TAC) e Empresas de Transportes de Cargas (ETC), Gilson disse que a proposta inicial do governo é aplicar o benefício somente para autônomos e microempresas. “A gente vai buscar junto aos senadores, em uma audiência pública na quinta-feira, que seja estendido para as demais empresas”.
Ainda de acordo com Gilson, os bloqueios estão oficialmente suspensos no Estado. Conforme Só Notícias já informou, em Mato Grosso, a BR-163/364 chegou a ter oito pontos de interdição em Rondonópolis, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Diamantino, Sorriso e Sinop, por 12 dias. A manifestação causou desabastecimento de combustíveis, gás de cozinha e outros produtos em várias cidades do Nortão.