O relator da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou, depois de ouvir o diálogo dos 12 minutos antes do acidente com o avião da TAM, que ficou claro que houve falha de equipamento.
“Está claro que eles não conseguiram frear nem tentaram arremeter. A falha nos equipamentos foi maior e preponderante para o acidente do que a falha humana”.
Antes da leitura dos diálogos, ele advertiu os parlamentares de que as revelações eram chocantes. “ O quadro aqui é muito chocante, principalmente a parte final, quando os pilotos identificaram que já não tinham mais o que fazer”.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG), que é controlador de vôo, explicou que normalmente o avião tem quatro tipos de freio: dois aerodinâmicos que são o spoiler – a aba que abre em cima da asa do avião, que a gravação mostra que não estava funcionando; os flaps – as abas que se abrem na parte de baixo da asa; o freio mecânico e o reverso, instalado na turbina, que no Airbus só funcionava o da esquerda.
Segundo o deputado, além disso, a pista de Congonhas é curta e estava escorregadia por causa da chuva. Portanto, ele acha que não houve falha do piloto, houve falha do equipamento. “Naquela configuração de pista curta e molhada, você precisava de dois reversos, spoiler e freio mecânico”.