Houve transgressão disciplinar por parte de dois policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) que abordaram de forma truculenta dois rapazes de 19 anos enquanto caçavam pokémon, na madrugada da última terça-feira, no bairro Jardim das Américas. A avaliação é do corregedor da Polícia Civil, Geraldo Magela, que assumiu o caso, por determinação do corregedor geral Adriano Peralta, mediante o boletim de ocorrência e reclames feitos pela família de um dos rapazes na ouvidoria e na corregedoria da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Magela já ouviu os dois rapazes, que passaram momentos de grande tensão sob pressão dos policias, como mostra um vídeo supostamente divulgado pelos próprios agressores. Embora já saiba o nome dos investigadores do GCCO envolvidos, Magela pediu formalmente a escala de plantão, na madrugada de terça-feira. A abordagem dos dois rapazes se deu em frente ao prédio da Gerência.
Na abordagem, os jovens foram xingados de “fdp” e de “viadinhos”. Há informações de que houve tiros para o alto e um dos rapazes teria sido chutado por um policial. A mãe de um deles, Imar Queiroz, que é professora universitária, recebeu esta informação sobre a visão do corregedor como uma boa notícia. “É o que a gente espera depois de ter passado por tudo isso, que sejam responsabilizados, punidos e revejam essas práticas truculentas”.
Ela, que é pesquisadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania (NIEVCi) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), diz ter recebido nos últimos dias mensagens de apoio de familiares, amigos e até mesmo de policiais. “Dou aula de direitos humanos para eles e tenho clareza que nem todos agem assim, que muitos têm outras formas de atuar e é isso que quero cobrar levando à frente este caso”.