Às vésperas da estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia – dia 17, contra a Suíça -, o Mundial e a participação da seleção canarinho na competição não empolgam o comércio local como antes. No centro histórico da Capital, poucas lojas exibem decoração especial ou produtos alusivos ao evento, e o mesmo se vê nos bares e restaurantes.
“Já investimos muito nisso, como na Copa de 2014, e fomos reprimidos pela Fifa que não permitia usar sequer a taça como decoração, agora vamos usar o verde e amarelo, mas exibir as bandeiras de todas as 32 seleções também”, disse Fernando Quaresma. Em 2009, quando a Fifa anunciou Cuiabá como sede da Copa, a Praça 8 de Abril foi tomada por torcedores e autoridades oficiais para comemorar a escolha, transmitida ao vivo num telão instalado no local. Este ano, nem telão será montado.
Com exceção de lojas especializadas em artigos esportivos, onde uma camisa oficial da marca Nike custa exatos R$ 250, poucas estabelecimentos exibem os produtos com o escudo da CBF. As chamadas camisas réplicas, que até estampam os patrocinadores da seleção, surgem com uma infinidade de tecidos e preços; do algodão, com gola ribana a R$ 35 até as de tecido sintético, chamado de Dry (frio) que chega a R$ 100.
Quem deve faturar um pouco mais, devido a variedade de artigos são as lojas de decorações e brindes. Uma delas, situada no calçadão da Galdino Pimentel, no centro de Cuiabá, oferece nada mais do que 600 itens em verde e amarelo, desde apitos, chapéus, cachecóis, até pandeiros, confetes e serpentinas.
Quem passa em frente ao Ginásio Aecim Tocantins, que fica ao lado da Arena Pantanal, já deve ter reparado na presença de ambulantes vendendo camisas réplicas da seleção. Em anos anteriores, eles se espalhavam pela cidade, inclusive vindos de outros estados. Em 2018, dá para contar nos dedos quem se arriscou no negócio. “O segredo é não fazer um grande estoque e não comprar produtos com o ano da Copa, como 2018, que não venderemos na próxima”, contou o vendedor goiano que preferiu não se identificar.
Para o diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Roberto Peron, que também preside o Sindicato do Comércio de Confecções, Tecidos e Armarinhos (Sincotec/MT), o setor está preparado para explorar o tema a partir de agora. “Tem mercadoria para decorar as lojas, as vitrines”, disse Peron, porém, condicionando a melhoria nas vendas aos resultados da seleção em campo. “Se o Brasil vencer, aquece as vendas, mas enquanto isso ainda estamos vivendo a ressaca da Copa passada que desacreditou o consumidor. Não há expectativa de grandes vendas, mas o Brasil se vencer e chegar bem à 2ª fase, haverá uma maior procura, sem dúvida”, opinou.