O contrato para a construção do Módulo de Operação Provisório (MOP) do Aeroporto Internacional Marechal Rondon foi suspenso e a empresa DMDL não irá mais construí-lo. Com previsão de entrega para dezembro de 2010, a Infraero informa que o descumprimento de prazos e o abandono dos trabalhos foram os motivos para a rescisão contratual. O MOP seria uma estrutura pré-moldada construída em frente à atual sala de desembarque para dar suporte na recepção dos passageiros.
A sala de desembarque está em prédio antigo e sem condições necessárias para atendimento de qualidade. Quem desembarca atualmente no aeroporto se deparam com apenas duas esteiras pequenas, em um espaço de reduzido. Para os que aguardam não há assentos suficientes nem banheiros de fácil acesso. O MOP foi uma alternativa encontrada pela Infraero para melhorar o atendimento até que a reforma do aeroporto fosse concluída. Por meio da assessoria de imprensa, a Infraero informou que o contrato está em fase de rescisão e que ainda o futuro da obra não está definido, visto que a empresa que ficou na segunda colocação na licitação pode ser contratada. A DMDL foi procurada pela reportagem, mas o diretor Dilmar Karan não retornou às ligações.
O diretor Interinstitucional da Agência para Execução dos Projetos da Copa do Pantanal (Agecopa), Agripino Bonilha, disse desconhecer a decisão e que na manhã de hoje (18) está agendada uma reunião com o novo superintendente da Infraero no Estado, João Marcos Coelho Soares. “Não fomos informados de nada até o momento. Me encontro hoje com o novo superintende e na semana que vem com o antigo responsável, Sérgio Keneddy, o novo, João Marcos e o governador Silval Barbosa (PMDB), que inclusive já requisitou uma audiência com a presidente Dilma Rousseff (PT) para conversar sobre o aeroporto”.
O presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Mato Grosso (Sindetur), Oiran Gutierrez, se diz inconformado com mais esta atitude da Infraero. “Sempre alertei que a Infraero não tem compromisso com Mato Grosso. Esta é mais uma prova do descaso. Nossa situação é caótica”.
MOP – A construção de uma estrutura pré-moldada foi licitada no dia 16 de julho de 2010, quando a empresa paulista DMDL venceu com o menor lance, de R$ 2,593 milhões. Na época a previsão era que em 30 dias os projetos seriam apresentados e até o fim do ano a estrutura seria entregue. Com a suspensão do contrato, a Infraero volta a ficar sem previsão para solucionar os problemas do desembarque.
Movimento
O Aeroporto Marechal Rondon bateu novo recorde em movimento de passageiros e fechou 2010 com 2.138.886 pessoas. O número supera em 27% o número registrado em 2009, quando 1,671 milhão passaram pelo aeroporto de Várzea Grande. Assim, são 1,138 milhão a mais do que a capacidade registrada pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), de 1 milhão.
Com relação à previsão, foram 338,8 mil passageiros a mais, sendo que a estimativa da Infraero era que 1,8 milhão de pessoas embarcassem e desembarcassem. Somente no mês de dezembro foram 210,552 mil passageiros e a média mensal foi de 178,240 mil.
Entre os aeroportos administrados pela estatal no Centro-Oeste mais o Estado do Tocantins, o Marechal Rondon possui a terceira maior circulação de pessoas, ficando atrás de Brasília e Goiânia, com 10,5% do tráfego total registrado até novembro do ano passado, de 18,302 milhões. Deste total, 69% são referentes ao movimento de Brasília, que até o 11º mês tinha registrado 12,787 milhões de passageiros.
Em Goiânia, no mesmo período, 2,121 milhões de pessoas transitaram pelo aeroporto Santa Genoveva, considerado o pior entre os passageiros entrevistados pela Anac. Mato Grosso aparece com grande rejeição, e o desembarque é o principal alvo.