O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, negou as acusações de que estaria intimidando um idoso que mora em uma fazenda, vizinha a sua, no município de Nossa Senhora do Livramento (região Sul). “Estou, contra a minha vontade, sendo arrastado criminosamente para um debate público com um maluco. Esse homem é tonto ou se faz de tonto. Ele chegou a me ameaçar de morte”, disse o conselheiro, durante entrevista coletiva.
Antônio Joaquim disse que obteve liminares que lhe deram o direito de usar uma estrada que corta as terras de Alonso Alves Pereira, de 81 anos, e que o autorizam a captar água de um córrego. “Quando chegamos à fazenda dele para cumprir uma decisão judicial que me permitia passar com os canos pela terra, ele disse que ia contratar um pistoleiro para me matar. Registrei o boletim de ocorrência na delegacia de Várzea Grande e vou entrar com ação por danos morais e materiais”, afirmou o conselheiro.
Com essa autorização, o conselheiro teria permitido que um de seus empregados, conhecido como “Micão”, passasse a circular pela Fazenda Bocaina. Este estaria portando uma arma, o que estaria deixando o idoso nervoso. Antônio Joaquim confirmou que Micão é seu empregado, mas negou o porte de arma. Ele disse que Alonso, por outro lado, postou quatro pessoas em um carro, supostamente armadas, na porta de sua fazenda para intimidá-lo.
O conselheiro negou também que suas terras contornem a fazenda do idoso e afirmou que possui duas áreas (uma de 1200 e outra de 2200 hectares) que não estão ligadas, e que precisa passar pela estrada nas terras de Alonso Pereira para transitar entre suas propriedades. Ele alega que usa a estrada há 20 anos e que resolveu entrar com a ação, após o vizinho trancar a passagem pela cerca com um cadeado e uma corrente.
Antônio Joaquim confirmou o interesse em adquirir as terras, mas negou qualquer pressão para isso. “Eu tentei sim, comprá-las, mas o médico pediu um valor exorbitante pelas terras, mais que o dobro do que eu estava disposto a pagar. Disse que queria R$ 10 milhões por 1700 hectares. Então, eu não comprei, porque não tenho tanto dinheiro”, disse.
O imbróglio iniciou após o filho do fazendeiro, o médico Alonso Alves Filho, acusar o conselheiro de intimidar seu pai por causa da terra. De acordo com o médico, os problemas começaram em outubro do ano passado, quando Antônio Joaquim obteve uma liminar na segunda vara cível de Várzea Grande, expedida pelo juiz Marcos Siqueira, que lhe deu o direito de usar a estrada que corta as terras de Pereira.
“Micão anda sempre armado, inclusive dentro das terras do meu pai. Todo mundo na região tem medo dele”, afirmou o médico. “O Antônio Joaquim está levando meu pai à morte, porque ele é um idoso. Ele está acuado, fica nervoso e vive sendo internado”, desabafou.