Diante do comunicado de alerta divulgado em uma rede social sobre possível ataque terrorista do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Cuiabá, neste final de semana, o Ministério Público do Estado (MPE) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) orientam promotores e magistrados a se resguardarem com intuito de manter a segurança dos entes destes órgãos.
O anúncio do ataque é veiculado há dois dias no aplicativo de interatividade WhatsApp e aponta que “o PCC vai tocar o terror na cidade de Cuiabá nesse próximo final de semana sob o comando do detento Sandro loco” (sic). O texto aponta ainda a existência de um alerta feito pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do MPE, e inteligência da Polícia, além de mencionar um informe da Polícia Judiciária Civil (PJC) sobre ataques previstos entre 7 e 9 de fevereiro. “Após isso vai ter atentado contra o sistema de segurança do Estado: PJC, Polícia Militar e Guarda Municipal”. Tanto a Polícia Civil, quanto o Gaeco desmentem a autoria desses alertas.
Mesmo acreditando que trata-se de boato, o procurador-geral do Estado, Paulo Prado, garante que foram iniciadas investigações para detectar de onde partiram as mensagens e os procuradores e promotores orientados a tomarem cuidado nos próximos dias. “Fizemos uma reunião com os entes do Ministério Público e pedimos que evitem a exposição em locais públicos e situações de risco”.
Por meio de nota, o TJ destacou que diante da proporção da informação, encaminhou “aos magistrados um comunicado para que todos fiquem em alerta. O objetivo é evitar qualquer sensação de insegurança entre os magistrados, especialmente àqueles que atuam nas Varas Criminais e de Execuções Penais”.
Já a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) garante que o alerta não passa de um boato e nenhuma medida de segurança extraordinária será adotada neste fim de semana.
PCC – Em outubro de 2013, o Gaeco deflagrou a operação “Ad Sumus” e cumpriu 35 mandados de prisão em Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia contra criminosos ligados ao PCC no Estado. Destes, 19 estavam recolhidos na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
A operação ocorreu para desarticular o intenso recrutamento de pessoas pelo PCC para atuar em Mato Grosso, especialmente o “batizado” de reclusos. Durante as investigações, o MPE identificou mais de 70 integrantes do PCC no Estado, sendo duas dezenas em liberdade. “Hoje se estima que tenham ultrapassado o patamar de uma centena, sem contar os ‘candidatos’”, relata documento do Ministério Público.
O latrocida Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, já foi condenado a mais de 180 anos de prisão e está em Mato Grosso desde junho de 2012. Ele cumpriu parte da pena em Presídios de Segurança Máxima em outros estados. Ele é apontado como integrante de facções criminosas, como o PCC, em Mato Grosso.