O estudo feito pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio da Superintendência de Defesa Civil, no Véu de Noiva, localizado em Chapada dos Guimarães, foi entregue ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Energia Renováveis (Ibama) com recomendações que apontam para a necessidade de que os turistas contemplem o local apenas usando o mirante e que o acesso às trilhas da área estudada seja restringindo e sinalizado, assim como o local onde ocorreu o acidente no dia 21 de abril deste ano. Tais medidas devem ser adotadas de forma preventiva, pelo menos até a conclusão do Plano de Manejo da Unidade de Conservação.
Há orientação para a necessidade de conclusão o mais rápido possível do plano, no qual deve conter, além dos itens presentes no Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo em Unidades de Conservação, um levantamento geotécnico aprofundado do paredão de arenito e das trilhas.
Os guarda-corpos e passarelas de pedestres também devem seguir normas estipuladas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – Acessibilidade (ABNT) a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e a Defesa Civil aponta, ainda, para a necessidade de criação de um programa contínuo de monitoramento das condições de degradação dos paredões e trilhas existentes em toda a área do parque. Outra orientação é que as normas ambientais sejam observadas, uma vez que as bordas dos paredões do Parque Nacional são enquadradas como Áreas de Preservação Permanentes.
O estudo feito pela defesa Civil considerou os aspectos geológicos, geomorfológicos, pedológicos e antrópicos. Por meio desta análise chegou-se a conclusão que o paredão de arenito e as trilhas do Véu de Noiva são áreas de risco, podendo ser atingida por fenômeno ou processo natural ou induzido que causem efeito adverso.
No relatório encaminhado para o Ibama, a Defesa Civil afirma que as trilhas próximas aos paredões oferecem risco para os usuários, em função da proximidade com os precipícios, que há falta de sinalização adequada e os guarda-corpos estão em desacordo com as normas técnicas e isso, potencializa o cenário de risco. A trilha que dá acesso à base da cachoeira do Véu de Noiva oferece risco quanto à queda de fragmentos de rochas e que o grau de severidade da trilha de acesso à base da cachoeira potencializa a possibilidade da ocorrência de acidentes no local.
A Defesa Civil alerta ainda que existe o risco de queda de novos fragmentos rochosos na área analisada, porém a previsão do exato momento da queda é quase impossível, pois trata-se de um processo resultante da interação dos fatores geológicos, geomorfológicos, climatológicos, naturais e antrópicos ao longo do tempo.
O estudo foi feito pela Defesa Civil a pedido do Ibama, que é responsável pela administração do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Foram analisados cerca de 4 hectares, abrangendo o paredão da cachoeira do Véu de Noiva e trilhas de entorno. A defesa Civil enfatiza que devido a complexidade dos fenômenos envolvidos, a compreensão total do comportamento de uma encosta natural exigirá uma criteriosa investigação geológica/geotécnica, que envolveriam trabalhos de campo e de laboratório aprofundados.