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Chacina de Matupá: testemunhas começam ser ouvidas na última sessão

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As testemunhas de defesa e acusação da quarta sessão de julgamento da "Chacina de Matupá" em Matupá (220 km de Sinop) começam a ser ouvidas no tribunal do júri, onde são julgados os réus Antonio Pereira Sobrinho, Roberto Konrath, Enio Carlos Lacerda e José Antônio Correia. Com os trabalhos de hoje somam 17 acusados no banco dos réus. A sessão que começou, por volta das 8:30h, conta com a presença de cerca de 30 pessoas assistindo. A previsão é que o júri termine à noite.

Arrolada como testemunha de acusação de "Tonho" (apelido de Antonio Pereira Sobrinho), Nadir afirmou ao juiz Tiago Souza Nogueira de Abreu e ao conselho de sentença que ficou abalada com o que viu na época dos fatos, porém em seguida disse não se lembrar de muita coisa. Disse ainda que viu muitas vezes o vídeo da chacina e não sabe distinguir o que viu pessoalmente e o que faz parte das imagens filmadas. Em juízo, ela relatou que viu Tonho participando dos assassinatos, mas hoje afirmou não se lembrar.

A segunda testemunha a prestar depoimento foi arrolada pela defesa. Lindomar também não se lembra dos fatos e conta que apenas ouviu a história "da boca dos outros". Lembra que o acusado Enio era delegado titular da Comarca de Peixoto de Azevedo (691km a norte de Cuiabá) e a Polícia Militar assumiu a guarda dos presos para escoltar até a cidade vizinha. Mas a PM terminou "entregando" Ivacir Garcia dos Santos, 31, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32, aos moradores da cidade para que fizessem justiça com as próprias mãos. Os três haviam assaltado uma casa e feito uma família refém por mais de 15 horas.

O escrivão da Polícia Civil, João Silvestrin, também foi arrolado como testemunha de defesa. Ele atuou na negociação para que os assaltantes liberassem a família. Conta que "aquela noite foi de terror", vários tiros haviam sido disparados dentro da casa, enquanto os homens estavam com os reféns. Afirma que os assaltantes chegaram a disparar contra a polícia, mas não acertaram. Silvestrin foi responsável por colher depoimentos das testemunhas na época da chacina.

O caso – A chacina no Município de Matupá ocorreu em 23 de novembro de 1990. Na oportunidade, Ivacir Garcia dos Santos, 31, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32, após uma tentativa de assalto, teriam invadido uma residência e mantiveram duas mulheres reféns, por mais de 15 horas. A Polícia Militar foi acionada e os assaltantes se renderam. No entanto, eles foram capturados pelos populares, levados até a praça pública e queimados.

 

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