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Cerca de 70 pessoas são localizadas por mês pela Polícia Civil de MT

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A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) possui um núcleo especializado para tratar os casos de desaparecimento de pessoas. Todas as ocorrências registradas, que envolvam o sumiço de alguém são enviadas ao setor, que automaticamente fica responsável pelas buscas para localizar a vítima.

O trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Desaparecidos tem atingido resultados satisfatórios. Com cerca de 80 desaparecimentos ao mês em Cuiabá e Várzea Grande, os policiais tem alcançado êxito na localização de uma média de 64 a 72 pessoas, o que significa 80 a 90% de sucesso nas buscas.

Entre as pessoas localizadas, está o aposentado Zequias Tiago, 71 anos, que no dia 31 de julho saiu de casa, na capital paulista, para uma viagem a Campinas (SP), e desapareceu misteriosamente, sem dar notícias a família. O idoso foi localizado pelo Núcleo de Desaparecidos no interior de Mato Grosso.

A família percebeu que Zequias partiu sem o aparelho celular e deduziu que ele havia esquecido o telefone. Preocupados com a falta de contato por parte do aposentado, os familiares telefonaram para alguns parentes em Campinas e foram informados que Zequias não havia aparecido lá.

Angustiado, o filho do aposentado, Aelson Tiago, procurou pelo pai em agências de viagens, até que descobriu que o seu pai não tinha embarcado para Campinas, mas sim para Cuiabá.

Aelson então procurou o Núcleo para pedir ajuda nas buscas. Traçando o perfil da vítima, a equipe policial começou a suspeitar que Zequias afastou-se do convívio familiar por vontade própria. "As suspeitas se sustentavam porque ele informou o destino errado de sua viagem, indicando que não queria ser encontrado, deixou o telefone celular em casa, o que denuncia sua intenção de dificultar a comunicação por parte da família, e mesmo não portando o celular, não fez contato depois de sair de casa", explicou a investigadora Lauriane Cristina de Oliveira de Lara, chefe do Núcleo de Pessoas Desaparecidas.

A esposa e o filho de Zequias discordaram da hipótese levantada pela polícia, afirmando que ele não teria motivos para tal feita, mesmo assim continuaram cooperando cedendo imagens e informações necessárias. Segundo o filho do idoso, na época dos fatos, outro parente residia na cidade de Campos de Júlio.

Em buscas junto às empresas de transporte rodoviário, policiais do setor de desaparecidos descobriram que de Cuiabá, o aposentado embarcou para Sapezal (região Noroeste), última cidade antes do desembarque em Campos de Júlio. Com o apoio dos policiais civis daquele município, Zequias foi localizado em Sapezal, 11 dias após seu desaparecimento. Ele estava morando sozinho em um pequeno quarto alugado e também não procurou o conhecido que possuía residência no município vizinho.

Aos policiais o aposentado contou que se afastou da família por estar magoado com a esposa, após uma discussão entre eles. O filho Aelson ficou tão grato que poucos dias após a localização de seu pai, escreveu um e-mail a chefe do núcleo de desaparecidos, Lauriane Lara, para agradecer e parabenizar a equipe pelo belo trabalho.

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