Foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, as características urbanísticas do entorno dos domicílios nas favelas e comunidades urbanas, coletadas pelo Censo 2022. O órgão considera que Mato Grosso tinha 58 favelas, sendo 47 em Cuiabá, seis em Várzea Grande, três em Rondonópolis, uma em Cáceres e uma em Sinop, o Jardim do Ouro, localizado na margem esquerda da BR-163, sentido norte.
Em Mato Grosso, mais de 81,8 mil pessoas (2,2% da população total) vivem em favelas. Em 51% delas não há vias pavimentadas, número consideravelmente maior que o de fora das favelas, onde 10,9% dos domicílios urbanos não têm pavimentação. Em 0,8% delas, não é possível transitar com carros ou ônibus, apenas com motocicletas, bicicletas ou a pé. A existência de bueiros ou bocas de lobo também é menor em favelas (36,4%) do que fora das favelas (61,5%) assim como a iluminação pública, que existe em 90,6% das favelas e 98,3% fora de favelas.
Nas favelas, foi constatado que a arborização também é menor, sendo que em 31,7% não há árvores e, fora das favelas, o número cai para 20,5%. Além disso, em 42,1% das casas das favelas não há calçadas, enquanto em 10,6% das casas fora das favelas não possuem.
No Jardim do Ouro, em Sinop, viviam 610 pessoas em 229 casas, em que 100% eram abastecidas com água pela rede geral e com coleta de lixo, mas nenhuma com rede de esgoto. Na distribuição por cor e raça, 75,4% eram negras (pretas ou pardas), 24,4% brancas e 0,16% indígenas. Cerca de 9,4% das pessoas eram analfabetas. Não foram divulgados dados específicos dos entornos das favelas por município.
Segundo a definição do IBGE, favelas ou comunidades urbanas são caracterizadas por ocupação irregular, urbanização precária, infraestrutura ausente ou insuficiente, densidade elevada, moradias muito próximas, organização espontânea do espaço, crescimento sem planejamento urbano, com ruas e lotes desenhados de forma irregular e que tenham no mínimo de 51 domicílios.
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