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Cemitério onde foi enterrado juiz em Mato Grosso foi profanado. Exumação é amanhã

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O empresário Josino Guimarães vai ser julgado – possivelmente ainda este ano – pelo assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, caso as revelações feitas por Beatriz Árias, condenada por co-autoria do mesmo crime, não se confirmem. Ex-funcionária do Fórum Cível de Cuiabá, onde Leopoldino era juiz, Beatriz declarou em depoimento ao juiz Pedro Sakamoto, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, que o magistrado não morreu e que no seu lugar havia sido colocado um outro corpo. Sábado está programada a exumação do cadáver sepultado no jazigo da família no cemitério de Poconé, a 100 quilômetros da capital.

Josino foi pronunciado para ir a julgamento em Tribunal Federal do Júri como a pessoa que contratou os homens para assassinar o magistrado. Na época do crime, Leopoldino enxurrava de denúncias desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, acusando-os de venda de sentença e atos de improbidade administrativa. Guimarães, segundo o juiz, ao lado do desaparecido José Aroaldo Lima de Oliveira, conhecido como “Baianinho”, seriam os intermediadores de venda de sentenças.

O processo do “Caso Amaral” está em fase de sorteio das testemunhas e dos integrantes do Tribunal do Júri. De acordo com uma alta funcionária da Justiça Federal, o processo penal contra Josino já está no gabinete do juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal. Guimarães ainda tenta por todos os meios se livrar do julgamento, com seguidas apelações ao Tribunal Regional Federal. Além desse processo penal, Josino responde mais um por falsidade ideológica.

Por conta de idas e vindas de recursos, o julgamento de Josino se arrasta. O procurador da República, José Pedro Taques, atualmente em São Paulo, na época do julgamento que condenou Beatriz Árias a 12 anos de reclusão pela co-autoria do assassinato do juiz, tinha expectativa de que dentro de um ano Josino sentasse no banco dos réus; já se passaram seis anos do crime. Uma fita cassete obtida através de um grampo telefônico é tida como a prova final para envolver Josino na trama do assassinato. A fita revelaria a ligação entre Josino e José Aroaldo, o “Baianinho”, e deste com o falecido sargento José Jesus de Freitas, o “Sargento Jesus”, morto durante troca de tiros na porta de sua residência no bairro Jardim Cuiabá. Freitas, foi denunciado pelo traficante Aryzoli Trindade como matador de aluguel.

As negociações para matar o juiz teriam sido intermediadas pelo então oficial da PM assassinado, segundo consta, pelo comando do crime organizado no Estado, liderado por João Arcanjo Ribeiro, que se encontra como preso diplomático em Montevidéu, no Uruguai, aguardando processo de extradição. Antes de morrer, Jesus negava. Quando morreu, na madrugada do dia 27 de abril de 2002, foi “queimado” também uma série de crimes de autoria desconhecida, mas de grande repercussão.

Num depoimento considerado consistente na época, Aryzoli Trindade Sobrinho, um então renomado traficante de drogas, revelou que Josino teria indicado o sargento para o chefão do crime organizado no Brasil, Willian Sozza, preso em Campinas, como um matador profissional e que se precisasse de alguém para fazer algum serviço ele poderia ser contratado. Aryzoli endereçava a autoria do assassinato do juiz – por 300 mil dólares – ao crime organizado pelo fato de o magistrado ter ido mais a fundo no envolvimento de magistrados com o tráfico de drogas.

Todavia, falta muito pouco para que o “frisson” que tomou conta de Mato Grosso a partir da publicação das declarações de Beatriz Árias ao juiz Pedro Sakamoto termine. Sábado acontecerá a exumeração do cadável lá sepultado. Policiais e peritos escalados para fazer o trabalho já anunciaram que pretendem antes fazer uma ampla perícia para saber se o túmulo foi profanado. Numa teoria conspiratória, há suspeitas de que o corpo possa ter sido trocado para tentar por fim a materialidade do crime. Uma fonte do Judiciário informou que recentemente o cemitério teve diversos rúmulos violados, entre eles o de Leopoldino.

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