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Caminhoneiros que bloquearam rodovias em MT voltam a negociar hoje com governo

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Caminhoneiros e representantes do setor de transportes de três cidades de Mato Grosso participam, hoje, de uma reunião na sede da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) para discutir a pauta de reivindicações, cobrada durante as manifestações que duraram 12 dias e fecharam várias rodovias em 8 Estados. De acordo com um dos líderes do movimento em Mato Grosso, o empresário Gilson Baitaca, de Lucas do Rio Verde, as principais reivindicações  ainda não foram atendidas –  diminuição no preço do óleo diesel e aumento nos valores pagos pelos fretes. “Teremos reuniões também no dia 12 e vamos saber se seremos atendidos parcialmente ou integralmente”.

Baitaca também comentou que o movimento dos caminhoneiros não pretende apoiar outras manifestações antes do dia 13, sem saber como o governo se portará diante das reivindicações. “Não será feita qualquer paralisação antes disso até porque os caminhoneiros já estavam em situação difícil antes e agora, após os manifestos, muitos ficaram endividados. Então posso dizer, com certeza, que qualquer boato de que estamos apoiando outro movimento não é verdadeiro”, declarou, ao Só Notícias.

O grupo que negociará hoje com o governo federal tem três representantes de Lucas do Rio Verde, três de Rondonópolis e dois de Tangará da Serra, todas cidades que tiveram rodovias interditadas. Além de líderes da ANTT, também participam representantes do Ministério dos Transportes e da Secretaria Geral da Presidência da República. Eles esperam posicionamento quanto as cobranças que foram feitas e como consequência do encontrado, há cerca de uma semana, com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto.

Hoje a categoria também quer negociar sete itens e o primeiro deles é a redução do percentual do último aumento do PIS Cofins sobre o óleo diesel; que o governo defina a opção por uma tabela mínima de frete nas discussões que serão realizadas no dia 10 de março sob a coordenação do Ministério dos Transportes, para o prazo de 45 dias a partir do início da negociação para implementá-la; também o perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicadas durante a paralisação dos transportadores e lideranças do movimento.

A abertura de linha de crédito especial para o Transportador Autônomo de Cargas (TAC) no limite de R$ 50 mil com carência de três meses, 24 meses para pagar, com juros de 2,5% ao ano; reserva de mercado de 40% em produtos transportados no país, que sejam lotes de propriedade do governo, através de seus estoque reguladores ou que tenham financiamento público para serem transportados por autônomos, através de suas cooperativas.

Carência de 12 meses para pagamento das parcelas de financiamento para cada conjunto (caminhões, carretas e semirreboques), até o limite máximo de três conjuntos dos contratos em vigor, independente da modalidade contratada (pró-caminhoneiro, Finame e outros) dos Transportadores Autônomos de Cargas (TAC) e Empresas  de Transportes de Cargas (ETC), observados os prazos dos contratos originais e sem juros; e fórum permanente de debates para discutir as demandas apresentadas e oriundas da paralisação nacional.

Por parte do governo do Estado, os manifestantes já conseguiram que a Secretaria de Estado de Fazenda analise a possível redução de 17% para 12% a alíquota do ICMS sobre o diesel e também a instituição de uma tabela mínima para o frete. O governador Pedro Taques também conseguiu que a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) reveja o preço pago pelo frete e aumente os valores.

Em Mato Grosso, a BR-163/364 chegou a ter oito pontos de interdição em Rondonópolis, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Diamantino, Sorriso e Sinop, por 12 dias. A manifestação causou desabastecimento de combustíveis, gás de cozinha e outros produtos em várias cidades do Nortão.

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