Ameaças, xingamentos, surras, gritos, morte. Infelizmente estas expressões fazem parte do dia a dia de inúmeras mulheres vítimas da violência doméstica. Somente em Cuiabá, mais de 20 mulheres foram brutalmente assassinadas, este ano, por ex-companheiros ou por preconceito contra o sexo feminino.
Um grito então ecoa. E não é uma voz única, mas que sai da multidão, dos líderes comunitários, que se mostram indignados e clamam pelo fim de tantas tragédias. Surgiu assim a ideia de promover uma caminhada silenciosa pelas ruas do centro histórico da capital do Estado, a qual integrará inúmeros representantes sociais para chamar atenção da sociedade para a violência contra mulher.
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social e da Superintendência Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, apoia o movimento comunitário. A caminhada será realizada no dia 8 de dezembro, às 8h, com início na Praça Alencastro, centro de Cuiabá.
"Somos mulheres, guerreiras e dispostas a enfrentarmos os desafios diários. Contudo, a tão sonhada igualdade de gêneros ainda é uma realidade distante, que envolve uma mudança de mentalidade e um grande comprometimento social. Nesta causa, ninguém conseguirá nada sozinho, ou seja, sem o apoio da população e de todos os poderes constituídos", disse a superintendente de Políticas Públicas para Mulheres, Ana Emílio Sotero.
Para a presidente da União Cuiabana dos Clubes de Mães de Cuiabá, Heloiza Dorileo, a caminhada é uma forma de chamar atenção das autoridades na implementação de políticas públicas concretas contra a violência doméstica. "É nos bairros que todo mundo mora e é lá que as coisas acontecem. Foi por isso que decidimos realizar esta caminhada com envolvimento das lideranças comunitárias e o apoio do Governo do Estado. Queremos ser ouvidos e queremos ainda ações que, de fato, possam proteger as mulheres", afirmou a presidente.