Dezenove bairros registraram pontos de alagamentos em Cáceres, cerca de vinte mil pessoas foram atingidas pelas chuvas que caíram durante 15 horas. O período mais intenso das chuvas teve início quarta-feira, por volta das 23h, mas até esta tarde ainda chovia na cidade. Até agora choveu cerca de 60 milímetros no município, o dobro do previsto para todo o mês de fevereiro. O rio Paraguai subiu 38 centímetros em menos de 24h. Na tarde de quarta-feira ele estava com 3,94 metros. Nessa quinta-feira(11) ao meio dia, o nível da água estava com 4,32 metros. O Corpo de Bombeiros serviu como base para a operação, reuniu os recursos e fez a distribuição de acordo com a demanda.
Foi empregado todo o efetivo e recursos disponíveis da 2ª Companhia de Bombeiro. O 2º Batalhão de Fronteira (2º BFron) disponibilizou cinco barcos, seis caminhões e aproximadamente cem homens, a Cruz Vermelha empregou vinte voluntários, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) disponibilizou uma caminhonete para vistorias, a Prefeitura Municipal, pela Secretaria de Ação Social disponibilizou abrigo e alimentação a trinta famílias que ficaram alojadas na Escola Municipal Izabel Campos.
Os bairros Cohab Velha, Vila Mariana e Cidade Alta foram os mais castigados, sendo possível chegar até eles só por meio de barcos, que entre os institucionais e de voluntários somaram dez, além das ações isoladas prestadas por populares que colocaram barcos e canoas para atender a população.
Vários córregos que cortam a cidade, como o Sangradouro e Lavapés transbordaram. Os comerciantes tiveram que baixar as portas para salvar as mercadorias. Conforme o major Ramão Barbosa, comandante da 2ª Companhia de Bombeiros, em alguns casos, houve dificuldade no socorro porque, apesar de estarem em áreas alagadas, muitas pessoas se recusaram a sair das residências e dos estabalecimentos comerciais. “Apesar do perigo, muitos não quiseram sair. Outros preferiram as casas de parentes e amigos, ao invés dos abrigos improvisados”, disse.
O comandante também destaca as ações de populares que incansavelmente não mediram esforços na luta em favor dos necessitados. O comerciante, Elias Rodrigues Tobal, que também auxiliou na retirada das pessoas enfatizou, “devemos ser solidários nessas horas, não sabemos quando poderemos precisar, temos que sempre voluntariar em ações como estas para dar respostas às pessoas que estão em situações difíceis”.