O Comando Geral da Polícia Militar excluiu mais dois integrantes do quadro de efetivo do Estado para “bem da disciplina”. Entre os exonerados está o cabo Everaldo Silva e Souza, do Comando Regional 9 (Alta Floresta). Ele estava sendo investigado por três crimes. O primeiro, ocorrido em agosto de 2002, em Alta Floresta, quando teria exigido R$ 5 mil de um homem, para modificar a natureza de uma ocorrência, que era de crime sexual contra uma adolescente. De acordo com a portaria de exclusão, a acusação não foi comprovada por documentos, no entanto, a vítima disse que foi obrigada a pagar a quantia ao militar para ser mudada a tipificação da ocorrência de “estupro” para “outros. A quantia teria sido depositada por uma terceira pessoa na conta do militar. O acusado ainda pode recorrer da decisão de exclusão, no Poder Judiciario.
Outro caso ocorreu em novembro de 2003, no distrito de União do Norte, quando o militar teria exigido vantagem indevida a outro homem, para não tomar as providências legais em uma ocorrência. A denúncia acabou confirmada por provas testemunhais que, além de apontarem a negociação da ocorrência, destacaram que o militar tentou conciliar as partes envolvidas, ação que não é de competência legal.
O terceiro caso ocorreu em abril de 2001, em Colíder, envolvendo uma mulher. Silva e Souza teria cobrado R$ 1,8 mil para também manipular uma ocorrência policial e, deste modo, beneficiar a vítima. Segundo a portaria, foi verificado que o cabo “não exerceu seu direito constitucional de contradizer as acusações, existindo apenas o depoimento da denunciante feita no Ministério Público de Colíder e os depoimentos das testemunhas ouvidas em sede de Inquérito Policial Militar, não servindo as acusações de base para a culpabilidade do mesmo”.
Outro excluído da corporação foi o soldado Nicolau Jorge Budib, que fazia parte do Comando Regional 2. Ele é acusado pelo crime de furto ocorrido em fevereiro de 2010, em Várzea Grande e, de posse de uma motocicleta ( com registro de roubo/furto), em setembro de 2009.
Conforme a portaria, na primeira denúncia, o soldado é apontado como o autor do furto de uma carteira, contendo R$ 100, durante a elaboração de um boletim de ocorrência. O fato foi testemunhado por duas pessoas. Já em relação a moto, o militar acabou identificado por guardas de trânsito como sendo o condutor de uma moto Twister, cuja placa estava adulterada e com registro de furto. Imagens geradas pelas câmeras do Ciosp, em frente a agência bancária da onde o militar havia saído ao ser abordado pelos guardas, gravaram a ação.
Com estes dois, sobe para oito o número de militares da PM que estariam agindo de forma contrária as normas que regem a instituição e que acabaram excluídos, neste mês da corporação. No mês passado, pelo menos quatro oficiais foram expulsos.
(Atualizada às 11:42h)